O medo é um sentimento atávico, isto é, contagiante. Como
o rato da “Pequena Fábula” de Kafka nos impede de tomarmos as decisões mais
acertadas porque nos leva à precipitação.
Ao invés de mudarmos de direção nos
induz em direção ao que mais tememos. Esse medo que paralisa definitivamente
não é a melhor atitude a ser tomada.
Não que temer seja necessariamente algo ruim, ainda que
soe contraditório, aliás, a cautela seria o medo controlado com revestimento de
coragem. Como dizia Montaigne, só há coragem onde existe medo.
Aquele que não
sente medo, não pode ser corajoso e será dito temerário, um louco rumo ao
precipício. O medo que aqui se trata é aquele que nos controla, ou, pior: que
permite que nos controlem.
Todos temem, seja o medo da morte, do desconhecido, da
incerteza, da felicidade...sim, até mesmo a felicidade é temida. Talvez
tenhamos medo dela porque tememos perdê-la, receamos experimentá-la e, depois,
não suportar mais viver na sua ausência.
Veja, por exemplo, a alegria de ser pai/ mãe que
simultaneamente traz consigo uma série de preocupações e ansiedades. A
violência das ruas concomitantemente a uma justiça duvidosa faz do medo
praticamente uma regra do cotidiano.
O medo é a mais antiga forma de manipulação. George W.
Bush usou-o para justificar sua política belicista contra o terror. Pelo
discurso do medo, seu governo restringiu liberdades no território
norte-americano, invadiu o Iraque e praticou torturas em Guantánamo.
Graças ao medo do comunismo, difundido entre a classe
média brasileira, nossos militares, apoiados pelos privilegiados de sempre,
impuseram a ditadura por mais de duas décadas, pelo advento do golpe de 64. O
mesmo discurso ajudou na eleição de Collor de Melo à presidência, induzido
pelos grupos midiáticos. É, pois, em razão do medo que paralisa a capacidade
reflexiva, que discursos como estes frutificam.
Atualmente, estamos presenciando a dilapidação de nossa
frágil democracia pelos mesmos grupos elitistas e usurpadores do poder que desta
feita inovaram em tomá-lo, não mais pelo sufrágio universal, mas pela mentira e
manipulação da massa ignorante sob o pretexto de combate à corrupção numa
engenhosa composição de elementos dos três poderes defecando assim, em nossa
Constituição.
Manipulando os destituídos de capacidade crítica os leva
ao ridículo estimulando-os a se manifestarem a favor de bandidos de colarinho
branco, personalidades neuróticas e bizarras, jurisconsultos que no passado
aderiram a pensamentos nazistas, radicais de extrema direita, entre outros.
Num processo de lavagem cerebral midiática as pessoas
disseminam uma série de opiniões destituídas de qualquer embasamento técnico/
científico, julgam como se fossem magistrados, fazem afirmações baseadas em
sentimentos medíocres, ou seja, encorajam toda sorte de idiota virtual que
ganha voz e status de autoridade, como se fossem abertas as portas de
manicômios judiciários.
Nas empresas e organizações não acontece nada de
diferente, pois a manipulação do dono do capital é algo que já nasceu assim,
sobretudo, quando se imagina a apropriação da mão de obra. Curiosamente, este
trabalhador adestrado e já alienado durante centenas de anos comporta-se como
um PET ou animal de abate sendo capaz de amar e brigar pelo carrasco que o
levará ao abatedouro.
Isso tudo comprova que o medo é um elemento de construção
e apropriação do poder e que a manipulação é o seu capataz mais leal. O Estado
e as Organizações sabem muito bem disso e o usa em seu próprio benefício contra
uma massa de manobra que se acha recompensada em lhe agradar.
Paradoxalmente entre os mais empolgados adestrados se
encontra aqueles fanfarrões de redes sociais que se autoproclamam os sabichões
da sociedade.
Então, concluímos que o medo não só paralisa como deturpa
os canais de percepção de nossa visão de mundo e que a melhor forma de proteção
é o conhecimento que liberta.
Este vídeo tem uma proposta lúdica,isto é,em sua simplicidade ensina uma verdade profunda.
ResponderExcluirPerceba toda a ação de um perverso narcisista em manipular vítimas e lacaios.