A copa do mundo está aí e nada parece ser mais competitivo que o futebol.
No Brasil a coisa descamba para as vias da violência quando um time perde pro outro em um clássico. No campo muitas vezes o que assistimos mais parece um espetáculo de gladiadores que propriamente uma partida.
Uma das táticas mais utilizadas ultimamente é o chamado rodízio de faltas onde um atacante habilidoso passa a sofrer inúmeras interferências em suas jogadas por diversos jogadores para dissimular a intenção de neutralizá-lo. É o anti-jogo.
Acontece que este tipo de estratégia acontece na vida cotidiana e é tão indigna quanto aquela do jogo de futebol, só que pior. Lá o que conta são 3 pontos, mas nesse é a dignidade que perde de goleada.
Quando passei a ser alvo de perseguições na empresa percebi que havia uma intencionalidade por trás dos atos e, aliás, é assim até hoje. As "orientações" não tinham nada a ver com disciplina, mas comigo mesmo. Não era o ato, mas a pessoa.
E como eu sabia disso? Simples! A mesma coisa que me era dito como desabonadora não o era para um outro, por exemplo. Então, aquele colega de furto, o amigão do peito, parceirão, poderia fazer o que quisesse que não seria sequer questionado, mas se fosse eu, aos berros e ameaças teria que me explicar.
No início, para o grupo parecia que eu tinha mania de perseguição e de nada adiantava eu tentar mostrar o que estavam fazendo, até por que, entendia-se que eu havia provocado a fúria dos assediadores, logo, era razoável que sofresse alguma sanção, ainda que fosse ilegal, pois, por lá, sempre fora assim.
Uma vez um chefe cometeu um ato falho e me disse que se as perseguições que estavam ocorrendo fossem cometidas por uma só pessoa ele faria algo, mas como era um de cada vez não poderia fazer nada, ou seja, naquele momento ficou claro pra mim que havia um rodízio de assédio.
A ideia é fragilizar emocionalmente a pessoa constrange-la a ponto de desestabilizá-la para que, intimidada, tenha queda de rendimento e justifique sua demissão ou mesmo a force a se demitir. Lembro- me, inclusive de que externaram está intenção em uma rede social na época.
Uma vez que retirem sua auto estima e minem sua auto confiança conseguirão te derrotar. Essa é a ideia do rodízio do assédio. Lembrando sempre que assediadores não trabalham sozinhos e sempre terão um capacho que lhes servirá. Não tem jeito. Tem gente que nasceu para ser subjugada e é masoquista por natureza.
Recentemente a empresa demonstrou a estas pessoas o quanto foi uma perda de tempo e dignidade realizar tais atos antiéticos. Nivelando antigos chefes ao nível de seus subordinados numa inversão que pra mim soa como despromoção, deixou claro o quanto fora inútil satisfazer os caprichos de seus chefes que estão pouco se importando com eles.
É só você fazer um exercício de imaginação e se colocar no lugar de algum entusiasmado puxa saco. A vida inteira debaixo dos pés de um recalcado acreditando que ao se submeter estaria sendo esperto. Quando chega o momento de gozar do esforço....toma um tapa na cara e fica com o rabinho entre as pernas, humilhado e sem moral entre os pares.
Perceba que esta é uma engrenagem venenosa e ilusória que só produz desagregação que é uma das melhores maneiras de se manipular massas, mas como fazer enxergar isso pessoas que são cegas e incapazes de tal percepção?
O tal rodízio aponta para um outro elemento que nem mesmo quem o prática percebe: a transitoriedade. Aquele que adere a ideia pensa que está por cima e se deu bem, mas não percebe que se trata apenas de mais uma marionete que será descartada quando não for mais necessário. Por isso, rodízio.
Por outro lado, quando se detecta o modus operandi dos assediadores, e se consegue, com isso, neutralizá-los, a partir dos vários meios que hoje se tem, também se evidencia a verdadeira farsa por trás de seus atos os expondo como agressores que são. A visibilidade ainda é o maior castigo para um agressor dissimulado.
Eu gosto de futebol, mas não o tenho como prioridade em minha vida. Gosto menos quando percebo o quanto de sujeira há nesse meio. Menos ainda quando percebo similaridades entre o jogo de futebol e o jogo da vida.
Portanto, cartão vermelho pro assédio moral
Raniery
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