Logo cedo, lá na tenra
idade, nossos pais e posteriormente a escola, interferem em nosso processo de
desenvolvimento em função da forte estrutura moral que a sociedade nos impõe
dentro de outra super-estrutura denominada Cultura.
É uma estrutura dentro de
outra estrutura e assim por diante. Esgotado isso o que sobra é a derradeira
estrutura formada pelas instituições estatais como a justiça e suas leis dentro
da (estrutura) jurídica ou de Direito.
Mas, após algum tempo e
durante o nosso crescimento como perceberíamos tal complexidade? Afinal de
contas, éramos somente crianças sem entender toda esta engrenagem maluca!
Aliás, cá pra nós, nem após nos tornarmos adultos entendemos toda esta
geringonça chamada de sociedade...!
E outra, além de ser uma
construção histórica, lá dos tempos anteriores ao das “botas perdidas por Judas”,
que isso, é também, um esforço conjunto e herdado de gerações e civilizações
anteriores e continuaremos o processo. Ou seja, nós produziremos hoje o que o “José”
fará amanhã, não o amanhã logo ali, mas daquele amanharão distante no futuro
que nem se sabe como será, e se será.
Pra falar a verdade só de
pensar nisso já fiquei exausto e nem é isso que eu estava refletindo no começo,
porém não teria outra forma de introduzir o assunto sem o devido contexto de
coesão.
Voltemos às regras morais
que nos são ensinadas para que possamos nos integrar socialmente. Uns povos são
mais rigorosos que outros neste quesito e até entre regiões vemos tais
intervalos de graduação. Fora o fato de que o que é moral em determinado lugar
não o é em outro, daí a dificuldade de se categorizar especificamente os atos
em si.
Partindo do local onde me
encontro e evidenciando a distinta realidade que é a brasileira permito que
meus processos de abstração tentem decodificar o que se passa neste lugar
insólito. Se pra mim que sou um filho da pátria (ei...não pense isso, ainda
mais de minha saudosa mãe) é difícil, imagine pro meu amigo leitor de outro
país! Viu só como se prova a generalidade do assunto?
Doravante vou restringir
ainda mais a ideia a um nível ainda mais elementar que é o das relações de
trabalho por aqui. Ainda mais com a aprovação das modificações relativas à
terceirização da mão de obra que estão invadindo os comentários e sono dos
trabalhadores brasileiros. A apreensão é justa já que aquilo que se conquistou
enquanto direito e garantia vai pelo ralo abaixo sob a desculpa de
competitividade.
Só que eu disse que
restringiria o assunto ao máximo limite pra poder permitir ao leitor desta
postagem saber o que penso sobre determinados comportamentos humanos, ainda que
nem concorde comigo sobre isso.
Houve um ilícito cujo
resultado impactou a produção de determinados grupos que solicitaram aos
devidos responsáveis uma tomada de providências. Tais ações foram tomadas
ignorando o que a normatização diz, sobretudo, nos direitos e garantias que
serão lesados. É o papel que se espera de quem defende os interesses dos mais
poderosos, sobretudo, se envolver um poderio econômico em jogo. O que não se
entende é que justamente quem será lesado em longo prazo ignore ou despreze as
consequências de suas ações e passe a colaborar com a situação deliberadamente
em troca de migalhas.
E por que eu afirmo que o
fazem conscientemente? Ora, lhes fora dito que não contassem a nenhum colega sobre
o esquema! Sejamos razoáveis. Quem esconde o que pretende fazer o faz por seu
teor de desonestidade sabedor que encontrará oposição. Fossem crianças, eu até
acreditaria que estariam se sentindo ameaçados pelo abusador, mas não é esse o
caso.
O mais engraçado de tudo
isso é que entre aqueles que consentiram com tal obscenidade encontram-se
moralistas rigorosos e defensores de ideais religiosos e, algo bizarro me sucedeu:
há opositores políticos unidos pelos laços da sacanagem. Do mesmo lado estão os
batedores de panela e os partidários esquerdistas. Que coisa mais linda!
Perceba, então, que há o
mundo dos discursos e abaixo dele...um submundo- o da verdade! Como se diz: “pagando
bem que mal tem!” Há poucos dias atrás da mesma árvore que brotava palavras
disciplinadoras e corretivas sobre absenteísmos, desídias, incompetências agora
pratica a mesma coisa contra a qual discursava. E é neste instante em que pra
combater o ilícito se utilizam dele para defender outros interesses que não o interesse público evidentemente.
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