O Brasil atravessa
uma de suas piores crises políticas da história liderada por uma elite
rancorosa, conservadora e caduca que não aceita que o país se desenvolva e que
sua população experimente o chamado bem-estar social.
Por algum motivo,
ainda desconhecido as pessoas se posicionaram de forma antagônica em dois
sentidos: ou se é conservador ou de esquerda e passaram a manifestar um comportamento
esquizofrênico fora de contexto, isto é, agindo como se ainda estivéssemos numa
guerra fria onde a motivação era a de combater o “Império do Mal”.
Em um desses
debates recentemente um colega de trabalho, nitidamente desequilibrado, passou
a me atacar proferindo uma série de ofensas desconexas com a pergunta que lhe
fiz.
Perguntei-lhe se
sabia a origem do lema estampado na bandeira brasileira já que ele o havia
citado como mantra de seu engajamento como “ultrarradical de direita”. Como eu
havia previsto o inocente fanfarrão não sabia nada do que vociferava
engrossando a estatística de tantos outros bobalhões que somente querem chamar
a atenção se fazendo passar por adeptos de alguma ideologia.
Na verdade, o pobre
rapaz só fez cair em contradições já que se dizia arredio à ideologias e
intelectuais, embora, também desconheça que tudo isso parte desses mesmos
cientistas sociais que, evidentemente, externam sua visão de mundo dentro das
hipóteses e conclusões sobre o objeto de seus estudos – a sociedade.
Veja, que bastaria
ao meu esdrúxulo amigo ser um pouco mais diligente e menos impetuoso para
entender que o que saia de sua mente não era nenhum lema militar cuja lavagem
cerebral passam os soldados quando aquartelados.
Curiosamente era
originário de um dos pais da sociologia que ideologicamente disseminou ideias
contrárias ao meu colega cognitivamente desfavorecido.
Ordem e Progresso é a frase que está escrita na bandeira brasileira, e é o lema
nacional, desde sua formação, e foi idealizada por Raimundo
Teixeira Mendes.
A expressão ordem e progresso é o lema político do positivismo,
e é uma forma abreviada do lema de autoria do positivista francês Auguste
Comte: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”. O
positivismo possui ideais republicanos, como a busca de
condições sociais básicas, através do respeito aos seres humanos, salários
dignos etc., e também o melhoramento do país em termos materiais, intelectuais
e, principalmente, morais.
No século XIX surgiu uma corrente de pensamento
chamada positivismo, que teve o filósofo francês Auguste Comte como um dos seus
defensores mais importantes. Ele defendia que o progresso era a uma das únicas
saídas para a evolução da humanidade.
O Positivismo, grosso modo, é uma
filosofia que alça ao status de maior posição a lei. E qual é o seu porquê? As
sociedades medievais já estavam saturadas dos abusos decorrentes dos arbítrios perpetrados
pelos soberanos e necessitavam de um dispositivo que cumprisse esse papel.
A Lei, então, passa a ser a
referência máxima de direito impondo limites aos governantes e governados. Tal
ideia se disseminou por inúmeras áreas das sociedades em geral até ser superada
pelo pós-positivismo e este pela ideia de neoconstitucionalismo. Isso é teoria
do Estado via sociologia.
A sociologia pretendia estudar
uma sociedade em profundo estado de transição, onde mudanças bruscas ocorreram
por ocasião da revolução industrial onde surgiam pelo menos dois tipos de
personagens: o empresário capitalista e o proletariado.
A ideia de uma ciência voltada
para o social era uma necessidade em virtude do grande número de problemas trazidos
pela industrialização e que se refletiam em toda a sociedade. Não era invenção
de comunista, mas sim um fato social.
Perceba que as questões ligadas
ao assédio moral são muito mais complexas e de origem histórico-cultural. Acompanham
o homem e se interpenetram em sua evolução natural, embora ratifiquem um lado
obscuro de nossa natureza que é a de subjugar os nossos iguais.
Na verdade, tais grupos que se
dizem conservadores repudiam a ideia de igualdade, pois pretendem estabelecer
quem é superior de quem não o é, sendo que esses últimos estão aos serviços dos
primeiros. É o homem lobo do homem nos dizeres de Hobbes.
É corriqueiro o dizer de pessoas
que se autodenominam “de direita” que foram os esquerdistas comunistas que
inventaram a divisão em classes sociais demonstrando o quanto de ignorantes
são. Isso é uma ideia que nasce imediatamente ao surgimento da sociedade
industrializada onde a organização passa a influenciar todos os setores da
sociedade, incluindo o religioso de onde tiraram que tempo é dinheiro e que se
o operário ficasse ocioso estaria roubando o bondoso patrão que lhe fez o favor
de dar-lhe um emprego.
Então, o empregado desidioso era
praticamente um candidato ao inferno já que se recusava a aceitar a sua posição
de inferior e preguiçoso, não queria trabalhar 18 horas/ dia em subcondições
para que o empresário enriquecesse aceleradamente e gozasse dos frutos de seu
sucesso.
Doravante, é daí, isto é, do
abuso do capitalista que emergem os conflitos e as reações contra os desmandos
desta classe que se impõe pelo poder econômico, daí por que surgirem os
chamados sistemas de freios e contrapesos para equilibrarem tais desmandos.
Com isso a organização ganha um
lugar central na atenção dos cientistas sociais que passaram a vê-la como um
sistema vivo e que influenciava a sociedade direta/ indiretamente, pois todos estariam
imersos em alguma forma de organização desde o nascimento à morte.
Perceba as enormes implicações nisso.
Os estudos avançam desde, então, estabelecendo diretrizes e modelos de comportamento
organizacional que contemplem tanto a eficiência/ eficácia das empresas sem
deixar de levar em consideração o elemento humano em seus fatores
psicossociais.
Na prática, contudo, o que se vê
é o amadorismo de gestores despreparados ou descompromissados que disseminam
culturas catastróficas quer para a organização quer para o seu capital humano.
O processo de industrialização
foi marcado pela transformação das sociedades tradicionais, baseadas principalmente na produção agrícola, em outras de novo tipo,
em que a organização e a produção industrial têm uma importância fundamental na
articulação de novas formas de convivência que predominaram no último século e que
constituem em sua essência o arcabouço da sociedade que denominamos capitalista.
Com isso, fica claro que para uma
sociedade, sobretudo a capitalista, evoluir significa investir no seu substrato
social de forma a prover-se de indivíduos qualificados que se distribuam em
todos as áreas permitindo que o próprio processo econômico produtivo cresça em
qualidade e eficiência, principalmente em um contexto globalizado.
Tais ideias perpassam por
condições sociais em que o Estado fica encarregado em suas políticas públicas
de estabelecer, mas que na sociedade brasileira a sua elite tresloucada insiste
em manter antigos e ultrapassados paradigmas desaguando a nação em um caos sem
precedentes caso consideremos as mudanças socioculturais da atualidade.
O meu colega destituído de
subsídios sólidos que consubstanciasse seus argumentos débeis é um exemplo
clássico do que, por exemplo, uma frágil educação faz com as mentes das
pessoas, distorcendo a realidade e criando trogloditas da idade da pedra que
balbuciam grunhidos desconexos e lançam mão da violência e truculência quando
não se fazem entendidos.
Suponho que ele tenha conquistado
sua mulher com uma cacetada na cabeça levando- a em seguida para a sua caverna
Raniery
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