Sabe-se, historicamente, que a mulher sofre discriminações em seu gênero, nas mais diversas áreas de sua vida, e, no trabalho não é diferente. São diversas as violências praticadas contra a mulher pelo mundo afora: assédio sexual, assédio moral, discriminação pela cor da pele, salário menor que o dos homens etc.
Em uma sociedade patriarcal, machista e castradora, essas aberrações ocorrem cotidianamente e encontram seu potencial máximo em pessoas e instituições perversas que não somente permitem como ainda incentivam tais práticas.
Recentemente, aqui em Santos- litoral paulista fomos pegos de surpresa por um ato de desumanidade e covardia extrema por parte da prefeitura local.
Por ordem do secretário de segurança pública, jovens que participassem da seleção de um programa de emprego temporário (programa guardião cidadão da guarda municipal) teriam que apresentar teste de gravidez para serem contratadas, além de se comprometerem a não engravidar enquanto participassem de tal programa.
O secretário, Sr Renato Perrenoud, só esqueceu-se de um detalhe importante: tal procedimento é ilegal, fere a convenção dos direitos humanos, é imoral e um ato covarde, já que leva em consideração a necessidade das trabalhadoras, para coagí- las a aceitar tal absurdo.
Mas, convenhamos, tal indignação só afetaria pessoas que enxergam o próximo como ser humano e não uma extensão e plataforma de poder político. Somente pessoas com consciência moral é que consegue entender princípios como a dignidade humana.
Recordo- me de um episódio, onde uma colega de trabalho solicitou ao chefe condições adequadas à sua situação diferenciada (amparada por lei) e teve que ouvir que “ nenhuma mulher grávida o procurava pra pedir um tanque de roupas pra lavar”. Deve ser dessa forma que ele trata sua esposa ou seu pai à sua mãe: é razoável pensar assim, como explicação pra tamanha imbecilidade.
Existem situações, onde a funcionária é tida como competente, satisfaz os requisitos de produtividade do chefe e da empresa, mas basta engravidar e as coisas mudam, como se crime houvesse cometido.
Utilizam a gravidez como desculpa pra desqualificar a trabalhadora e praticar assédio moral. A futura mãe fica, então, desnorteada e entra em conflito, já que é projetada uma culpa a ela e ao futuro bebê, e, o que deveria ser um momento de alegria se transforma em tormento.
Desestabilizada, a trabalhadora fica insegura, ansiosa e pode até cair em depressão.
Quando passa o período de licença maternidade, ela é tomada de pânico, pois o covarde chefe passa a acusá- La de descompromisso com os ideais da empresa (no capitalismo chamamos isso de lucro, se não me engano) e transforma sua vida em um verdadeiro inferno.
Nesses casos, eu me pergunto: será que tais seres nasceram de mulher? Não será, talvez, uma vingança subconsciente contra suas respectivas esposas, ou até suas mães, por terem sido eles dominados por elas?
Só Freud explica!
É possível que tais práticas tenham sido inspiradas em Estados medievais ou totalitários onde “quem manda, pode; quem obedece, tem juízo”. Aliás, isso me lembra o período nefasto em que o Brasil passou nas mãos de ditadores militares, onde o que víamos era o Estado de exceção e não de Direito.
No caso, do nosso secretário de segurança pública, é intolerável que agentes públicos (que são pagos com o dinheiro de nossos impostos, e, que só estão lá por que votamos no prefeito que o designa), cometam tais barbaridades.
Chegamos ao requinte de assediar a vida em seu estado embrionário- que tristeza!
Vale lembrar, que este tipo de conduta é uma prática que somente ocorre com a anuência de empresas ou de órgãos estatais (responsáveis pelas ações de seus prepostos), sendo que em quaisquer dos casos, tais atos devem ser denunciados aos órgãos competentes, entre eles, o Ministério público do Trabalho.
A vida não pode ser banalizada e tratada desta forma por essas anomalias sociais, que são os assediadores psicológicos.
Raniery
raniery.monteiro@gmail.com
@mentesalertas
Jovens proibidas de engravidar
Em uma sociedade patriarcal, machista e castradora, essas aberrações ocorrem cotidianamente e encontram seu potencial máximo em pessoas e instituições perversas que não somente permitem como ainda incentivam tais práticas.
Recentemente, aqui em Santos- litoral paulista fomos pegos de surpresa por um ato de desumanidade e covardia extrema por parte da prefeitura local.
Por ordem do secretário de segurança pública, jovens que participassem da seleção de um programa de emprego temporário (programa guardião cidadão da guarda municipal) teriam que apresentar teste de gravidez para serem contratadas, além de se comprometerem a não engravidar enquanto participassem de tal programa.
O secretário, Sr Renato Perrenoud, só esqueceu-se de um detalhe importante: tal procedimento é ilegal, fere a convenção dos direitos humanos, é imoral e um ato covarde, já que leva em consideração a necessidade das trabalhadoras, para coagí- las a aceitar tal absurdo.
Mas, convenhamos, tal indignação só afetaria pessoas que enxergam o próximo como ser humano e não uma extensão e plataforma de poder político. Somente pessoas com consciência moral é que consegue entender princípios como a dignidade humana.
Recordo- me de um episódio, onde uma colega de trabalho solicitou ao chefe condições adequadas à sua situação diferenciada (amparada por lei) e teve que ouvir que “ nenhuma mulher grávida o procurava pra pedir um tanque de roupas pra lavar”. Deve ser dessa forma que ele trata sua esposa ou seu pai à sua mãe: é razoável pensar assim, como explicação pra tamanha imbecilidade.
Existem situações, onde a funcionária é tida como competente, satisfaz os requisitos de produtividade do chefe e da empresa, mas basta engravidar e as coisas mudam, como se crime houvesse cometido.
Utilizam a gravidez como desculpa pra desqualificar a trabalhadora e praticar assédio moral. A futura mãe fica, então, desnorteada e entra em conflito, já que é projetada uma culpa a ela e ao futuro bebê, e, o que deveria ser um momento de alegria se transforma em tormento.
Desestabilizada, a trabalhadora fica insegura, ansiosa e pode até cair em depressão.
Quando passa o período de licença maternidade, ela é tomada de pânico, pois o covarde chefe passa a acusá- La de descompromisso com os ideais da empresa (no capitalismo chamamos isso de lucro, se não me engano) e transforma sua vida em um verdadeiro inferno.
Nesses casos, eu me pergunto: será que tais seres nasceram de mulher? Não será, talvez, uma vingança subconsciente contra suas respectivas esposas, ou até suas mães, por terem sido eles dominados por elas?
Só Freud explica!
É possível que tais práticas tenham sido inspiradas em Estados medievais ou totalitários onde “quem manda, pode; quem obedece, tem juízo”. Aliás, isso me lembra o período nefasto em que o Brasil passou nas mãos de ditadores militares, onde o que víamos era o Estado de exceção e não de Direito.
No caso, do nosso secretário de segurança pública, é intolerável que agentes públicos (que são pagos com o dinheiro de nossos impostos, e, que só estão lá por que votamos no prefeito que o designa), cometam tais barbaridades.
Chegamos ao requinte de assediar a vida em seu estado embrionário- que tristeza!
Vale lembrar, que este tipo de conduta é uma prática que somente ocorre com a anuência de empresas ou de órgãos estatais (responsáveis pelas ações de seus prepostos), sendo que em quaisquer dos casos, tais atos devem ser denunciados aos órgãos competentes, entre eles, o Ministério público do Trabalho.
A vida não pode ser banalizada e tratada desta forma por essas anomalias sociais, que são os assediadores psicológicos.
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