Viver em sociedade é uma necessidade básica do ser humano. Organizamo-nos assim há milhares de anos e o fazemos pelos mais diversos motivos, entre eles o de sobrevivência.
Hoje, nossas sociedades são de extrema complexidade, comparadas às de outrora, mas nós, basicamente não mudamos em nada.
Possuímos os mesmos desejos, aspirações, vontades, paixões, virtudes e comportamentos de antes. Ainda somos protagonistas de diversos dramas sociais que o homem da antiguidade também participava.
Basta dizer que, quando duas pessoas estão diante dos mesmos objetivos, entram em choque imediatamente, de onde emergem os conflitos.
Em seu tratado, ”A arte da guerra”, Sun Tzu aborda a temática sob o ponto de vista armamentista, entre Estados- nacionais, mas basicamente dissertando sobre a mesma coisa; Tanto que é um manual utilizado nas mais diversas áreas de atuação humana.
É interessante notar que o ponto de intersecção dos litigantes, justamente, é o interesse em comum a ambos, ou seja, querem a mesma coisa. A partir desse eixo central se desenrolam as mais diversas situações e demandas.
Não há área de nossa existência que esteja livre de conflitos.
No lar, há a disputa entre irmãos que se degenera em brigas, intrigas, ciúmes, competições etc. Até mesmo na Bíblia cristã há citações a respeito.
Na vida social, por exemplo, duas mulheres disputam um príncipe encantado, que vê seu ego chegar às alturas, sendo que em alguns casos, a situação acaba em homicídio.
E quem vive em condomínios, então? Chega a ser irônico e hilário, muitas vezes, quando não, caso de polícia, quando a pancadaria rola solta pelos mais fúteis motivos.
E no trabalho, hein? O palco preferido para os atores da vida real.
O enredo é completo: trapaças, artimanhas, fofoca etc. O melhor e o pior da natureza humana afloram naturalmente. A ganância, a ambição, o desejo de poder, são ingredientes da melhor, entre as melhores, novelas mexicanas.
Eu fico admirado do que são capazes as pessoas pra conseguirem o que querem. Não há limites. Se for preciso, passarão por cima umas das outras, sem a menor culpa na consciência ou até mesmo rastejarão, se for necessário, ignorando seu amor próprio.
Entre tantas, destaco o mau caráter, que se tiver que chafurdar na lama por míseras migalhas, o fará. Vai oferecer a mulher ao chefe, imitará seu modo de falar e se vestir, rirá das piadas sem graça dele, enfim, desempenhará seu papel de subverniente que é.
Evidentemente que, utilizando dessas “estratégias”, e, diante de um chefe bossal, acabará se dando bem. Mas, quando isso ocorre, o grupo o condena, é óbvio, por causa das táticas imorais e antiéticas de que se dispôs a utilizar. E é natural que tal indignação acometa a todos, principalmente àqueles que jogam conforme as regras: os competentes. Já para o astuto malandro, tal indignação é vista como inveja e maledicência por seu sucesso. Inacreditavelmente, ele fica chateado com os outros, como se vítima fosse. Isso me lembrou o ditador Muammar kadafi que está profundamente magoado com a ingratidão de seu povo que não aceita ter o privilégio de estar debaixo de seu jugo.
E a maledicência, hein? Língua não tem osso, não é? Ah! A maravilhosa arte de falar mal do próximo! Não há nada mais gostoso e compensador! Ainda mais se, durante o processo, isso me projetar à custa de alguém. Que beleza! Ai, que loucura! Ai, que absurdo! Já diria uma socialite brasileira, no auge de sua vasta inteligência.
Podemos concluir, então, que viver em grupo não é uma coisa simples. É preciso ter muito jogo de cintura e bom senso. Saber que posição ocupamos no mundo e permanecer firmes nela.
Vale dizer que, manter a dignidade e a lealdade a nós mesmos, é coisa que não tem preço. Cedo ou tarde, o universo conspirará a nosso favor. Já os que rastejam...
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