Outro dia, um colega me perguntou como faço para criar as postagens do blog. Queria saber como eu conseguia assuntos variados de um mesmo tema. Eu lhe disse que era fácil, já que todos os dias os assediadores e seus lacaios aprontam das suas.
Os agressores agirem diariamente segundo sua natureza perversa já não me surpreende mais. O que me deixa intrigado é como determinadas pessoas insistem em não enxergar a realidade ou fingem não vê-la. Para falar a verdade, eu acredito que não fazem uma coisa e nem outra. Penso que são daquelas pessoas que ficam em cima do muro para não ficar mal com ninguém, e, que, só pensam em si mesmas, fruto de uma visão de vida frustrada por fracassos que tiveram.
Outro "colega" demonstrou isso quando me disse que o assédio moral que tanto discutimos não existe, pois, segundo o seu "raciocínio", se não aconteceu com ele é porque não existe tal violência. Ele nem percebeu o quanto arrogante foi, pois delimitou o problema unicamente a si mesmo. É curioso citar que este cidadão sempre esteve ali no meio dos chefes (não que isso seja necessariamente um problema) e apesar do seu discurso, eu nunca o vi confrontar nenhum deles, como faz pelas costas. Bem, desse jeito qualquer um bota banca e canta de galo.
O que ele chama de argumento eu chamo de falso raciocínio, ou seja, ele tomou uma situação isolada e atrelada a si mesmo e afirmou que aquilo é uma regra. Sabe- se que o processo na realidade é outro: parte- se de um conjunto de situações análogas e que se repetem para se afirmar que é um padrão. Exatamente como ocorre onde trabalhamos confirmado por inúmeros casos.
O camarada ainda insistia em minimizar toda a ação do MPT e afirmava que os assediadores não estavam preocupados, muito diferente do que sabemos que tem ocorrido, mesmo eles ainda continuando com suas patifarias; acontece que quando se lida com "ratazanas" se sabe que elas são esquivas e de difícil captura, ainda mais quando estão no poder e detêm as condições de manipular as coisas.
Sendo assim, nestas situações, como se faz para detectar o verdadeiro conteúdo de uma circunstância?
Alguém chega falando que determinada pessoa a persegue, mas isso não é visível à todos, pois se faz de forma dissimulada. É uma circunstância que naquele instante não acontece com você. Seu foco está em outras coisas, daí não se preocupar com isso. Realmente será difícil dizer que há um processo em andamento. Até o dia que esse processo te atinge. Neste instante você então passa a entender o que o o outro dizia.
Se algo não acontece comigo, não quer dizer que não existe. Eu nunca tive um acidente de trânsito, mas é porque ainda não ocorreu, não que não possa acontecer, por mais hábil que se seja. Viver assim é estar fora da realidade e trilhar uma senda perigosa, já que se fica exposto. E tem mais: ainda que se puxe o saco de um assediador, isto não será garantia alguma de que ele não se voltará contra você.
E, como chegamos à verdade? Para responder a esta pergunta temos que saber como avaliar a realidade à nossa volta. Para isso precisamos raciocinar.
E, o que é raciocínio? O Raciocínio (ou raciocinar) é um trabalho lógico discursivo e mental. Neste, o intelecto humano utiliza uma ou mais proposições, para concluir, através de mecanismos de comparações e abstrações, quais são os dados que levam às respostas verdadeiras, falsas ou prováveis. Das premissas chegamos a conclusões. O objetivo é o conhecimento, ou melhor, seu domínio.
O raciocínio é um mecanismo da inteligência, que ligada a razão e a imaginação constituem instrumentos usados para a compreensão do meio. Logo, resumidamente, o raciocínio pode ser considerado também um dos integrantes dos mecanismos dos processos de conhecimento, da formação de conceitos e da solução de problemas, sendo parte do pensamento.
E de que é composto o raciocínio? De argumentos. A argumentação tem como objetivo levar um indivíduo a buscar a verdade e chegar ao domínio do conhecimento ou à verdade mais completa possível.
Diferentemente do raciocínio há o sofisma que é um raciocínio aparentemente válido, mas inconclusivo, pois é contrário às próprias leis. Também são considerados sofismas os raciocínios que partem de premissas verdadeiras ou verossímeis, mas que são concluídos de uma forma inadmissível ou absurda. Por definição, o sofisma tem o objetivo de dissimular uma ilusão de verdade, apresentando-a sob esquemas que aparentam seguir as regras da lógica.
Atualmente, no uso frequente e do senso comum, sofisma é qualquer raciocínio falso, mas que se apresenta com coerência e que tem por objetivo induzir outros indivíduos ao erro mediante ações de má-fé. Ora, determinada afirmação não se torna verdadeira somente porque o parece, como no caso de meu ressentido colega que, a despeito de uma fachada de senhor da verdade, falhou no seu discurso frágil e inconsistente, muito mais ligado ao dos agressores que de real fundamentação.
Por outro lado, chamamos verossimilhança a característica daquilo que parece intuitivamente verdadeiro, isto é, o que é atribuído a uma realidade portadora de uma aparência ou de uma probabilidade de verdade, na relação ambígua que se estabelece entre imagem e ideia. No primeiro momento determinados discursos ou opiniões nos confundem com uma aparente carga de verdade, mas que posta à prova não resiste ante às evidências, como não poderia deixar de ser.
Exposto estes conceitos fica mais fácil agora definir o que é real do que parece ser. Portanto, ser parecido não significa que se é. Se algo não ocorreu com você não quer dizer que não o possa; ainda mais quando se fala de assédio moral, que não depende de quem ou o que somos, mas de uma perversidade inata do agressor.
A capacidade do agressor em manipular o grupo, seja pelo medo ou pela comunicação, é um dos fatores que estão em jogo nestes processos covardes e não lógicos. Sendo assim conseguir fazer uma leitura correta do ambiente se faz necessário e importante para não se ver enredado sem condições de defesa.
Em relação ao grupo, sabe- se que há aqueles que se associarão aos agressores para reproduzir suas ações; tem aqueles que por medo ou covardia se escondem diante de um ataque a um colega; existe os individualistas que não darão a mínima, pois o assédio não aconteceu ainda com eles, mas correrão pedindo ajuda quando ocorrer e, tem os competidores sociais que, como carniceiros, ficam aguardando qual dos lados tombará para adaptar seus discursos. Desta forma é compreensível que determinadas pessoas minimizem fatos como o assédio moral, talvez movidas por ciúmes ou inveja ou por estarem à serviço do próprio agressor.
Com agressores morais, a razão é a ferramenta mais eficaz que se tem para combatê-los já que sua tática se baseia na desestabilização da vítima. O que parece paradoxal, na verdade faz todo sentido quando entendemos os objetivos por trás dos ataques. O autocontrole é tudo que um assediador não quer que ocorra com quem persegue, pois isto não permitirá que conduza o seu jogo destrutivo.
Sendo assim, uma visão racional do problema associada ao autocontrole proporcionará um enfrentamento mais equilibrado, o que, é verdade, é de difícil execução, já que afeta justamente nossos centros emocionais, mas se cedermos ao psicoterror
raniery.monteiro@gmail.com
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