Dias atrás, um colega demitiu-se, pois passou em um concurso. Lembro-me de conversas que tivemos e do quanto ele estava desanimado com o local onde trabalhava. Era um desânimo de dar dó. Logo ele que fora tão bem humorado!
Na semana passada conversando com três colegas diferentes, o assunto energias negativas veio à baila. Foi engraçado porque nenhum dos quatro havia combinado de falar uns com os outros sobre o assunto. Discutíamos como nosso ambiente, infestado de criaturas sinistras expelia energias densas de teor ruim. É impressionante, mas eles parecem carregar nuvens escuras e sombrias por onde quer que pisem.
Chamou-nos a atenção a quantidade de pessoas que tinham um jeito de ser espontâneo, e, hoje, estão taciturnas, inexpressivas, carrancudas, mau humoradas; sem contar com dois suicídios, overdoses, ataques cardíacos e outros tipos de morte que ceifaram colegas.
Por outro lado, reconhecemos a necessidade de nos blindarmos contra os efeitos desse ambiente malévolo. Falamos da importância da fé, da capacidade de neutralizar palavras, atos, raios de inveja e hostilidade gratuita. Lembramo-nos de uma meia dúzia de pessoas que parecem ter imunidade quanto à influência destas cargas.
Foi quando me deparei com um artigo que dissertava sobre uma síndrome que afeta grande parte de pessoas mundo afora: a síndrome de Burnout. A síndrome do desânimo. Caracteriza-se por uma sensação de frustração profissional diária, um estresse constante e um desânimo absurdo com o trabalho. Segundo pesquisas atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros.
“Trata-se de uma exaustão mental e física que se inicia com um sentimento de injustiça e falta de reconhecimento, descreve a psicóloga Ana Maria Rossi (International Stress Management Association no Brasil). Por fim, evolui para ineficiência e acomodação. Queda de rendimento, absenteísmo e dificuldade de concentração acompanham a tal síndrome. Não raro, o descontentamento resulta em gastrite, depressão, sem falar no impacto negativo no ambiente profissional. A síndrome de burnout é uma doença séria que requer tratamento psicoterápico e, em alguns casos, medicamentos.”
“O grau de exaustão é tamanho que leva a pessoa ao esgotamento. Não à toa, a expressão inglesa significa, numa tradução livre, queimar algo até que se transforme em cinza.”
“O indivíduo vai se exaurindo a ponto de nem mais ver sentido no próprio trabalho”, diz a psicóloga Lívia Borges, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Segundo a especialista, além de afetar a produtividade, a síndrome desencadeia dores musculares e trás conseqüências psicossomáticas, como gastrite e diarréia."
“A pessoa não entende o que se passa com ela e pode até se achar incompetente. Não raro entra em depressão”, conta a psicóloga Ana Magnólia, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília. Aí uma boa conversa com os superiores pode apontar uma alternativa para reorganizar o modo de produção “E, claro, fazer terapia também é uma bela ajuda”, diz.
Fonte: saude.abril
Este tipo de sentimento e vazio profissional é típico de ambientes onde a política se dá pelas chamadas falcatruas, esquemas, fraudes etc. lá, o profissional qualificado não é bem visto, haja vista sua competência ser uma ameaça aos apadrinhados e privilegiados que ascendem por vias estranhas, muitas vezes ligadas a favores questionáveis. Sendo assim, é natural que não tenham as mesmas oportunidades que aqueles que só estão, onde estão, pela mão do corruptor.
É natural, então, que as pessoas gradativamente percam o ânimo para exercer suas atividades. Se isto ocorre em empresas privadas, que dirá das públicas que estão infestadas por estes carrapatos humanos que parasitam o órgão ou empresa e disseminam toda sorte de doenças infectas, muitas vezes, ao ponto de contaminar até as mais improváveis pessoas.
Neste cenário, exigir motivação é quase impensável, mas há determinadas pessoas que possuem um espírito inquebrável, e, a elas, os meus sinceros aplausos. São heróis da resistência que muitas vezes nos dão preciosas lições. Onde eu trabalho, aprendi a identificá-los e separá-los do joio.
Muitas vezes, é no lar que encontramos alguns exemplos positivos: é o caso de minha esposa. Ela vem sendo uma verdadeira psicóloga para mim, e para ser sincero, eu não merecia tanto pelas decepções que já lhe causei, mas ainda assim ela está lá, ao meu lado falando palavras, às vezes duras de ouvir (amigos também dão uma dura na gente), que passado o impacto deixam um residual de sabedoria.
De qualquer forma, acredito que devemos evoluir, mesmo que pareça que voltamos para trás e recomeçar e nos reconstruir, talvez em outro lugar, como fez meu colega que já recebeu críticas de alguns invejosos, mas que sei, está iniciando uma nova etapa, e, provou que é capaz de desencadear mudanças. Desejo a ele muito sucesso, e, sei que irá conseguir. Para muitos de nós, a partir de agora, ele se tornou um exemplo a ser seguido.
Medalhista olímpico: Arthur Zanetti |
E-mail: Raniery, fiquei feliz com seus comentários. Realmente estou num momento especial de recomeço e o meu horizonte já se expandiu bastante. Lembro das nossas conversas e dos seus conselhos, vc fez parte desta minha vitória (considero uma vitória mesmo) e sei que tbm que vc é capaz de transfoormar a sua vida profissional em breve, torço por vc tbm, vc sabe disso. Estou no treinamento em sampa e logo logo a gente se encontra pra bater um papo, obrigado mais uma vez.
Um abraço!
Mateus Lima
raniery.monteiro@gmail.com
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