O assédio moral mexe demais com a vida de suas vítimas que reagirão de diversas maneiras. Isso, não dá para generalizar. Cada um sente o mundo à sua maneira. É da nossa individualidade.
Com certeza, este tipo de violência atinge seu objetivo que é importunar e causar desequilíbrio na relação de emprego. Seria então razoável considerar que o stress causado crie uma sensação de insegurança e dispares os mecanismos de defesa naturais que possuímos. Os assediadores sabem disso.
Reconhecer que é muito difícil sair incólume de uma situação dessas não é ser negativista, mas constatar uma realidade que infelizmente afeta trabalhadores mundo afora. A regra é o sucesso do agressor. Mas, aos poucos isso está mudando.
As pessoas, em geral, não dão atenção para o tema, pois pensam que é algo que nunca acontecerá com elas e, portanto, não sentem interesse em saber do que se trata. Só passarão a buscar compreensão quando se encontrarem envolvidos nas teias do agressor, o que pode ser tarde demais.
Fica claro, então, que se antecipar ao fato, isto é, conhecê-lo antes que ocorra será uma estratégia importante que permitirá uma reação mais rápida- o que pode ser decisivo.
Falo com conhecimento de causa, pois, andar de bicicleta enquanto a constrói, nesse caso, é mais penoso do que se tivesse a noção exata do que estava acontecendo. Disseminar a informação e suscitar a discussão sobre o tema passa a ser, então, uma das melhores ferramentas que possibilitarão o confronto contra os agressores morais.
Para se ter ideia de quanto se banaliza o assunto há uma empresa de seguros que oferece um produto para executivos assediarem. É isso mesmo o que você leu. O bonitão é contratado e ganha uma autorização para assediar e, caso um subordinado acione a empresa o seguro paga pelo assédio. Reza a lenda que a mesma empresa fará o contrário também: oferecerá seguro para quem for assediado. Seja como for, o assédio moral se tornou um meio de ganhar dinheiro pelo sofrimento humano, quando deveria ser coibido de todas as formas.
Veja que a agressão tem caráter psicológico, é desencadeada por alguém com uma disposição para isso, conta com uma estrutura que o apóia e o acoberta, então, se é tudo programado e premeditado fica fácil deduzir que ser derrotado é a regra. Como uma pessoa luta contra um sistema?
É por isso que em um mundo competitivo e agressivo como o das organizações o conhecimento se torna uma força capaz de reverter quadros. Saber como todo o processo acontece proporcionará os meios adequados para superá-lo.
Quando eu me dei conta de que estava sendo vítima de um processo de assédio moral passei a pesquisar tudo sobre o assunto e quando passei a cursar Direito o conhecimento se expandiu naturalmente. Acontece que só o conhecimento jurídico não se torna suficiente nesses casos, pois é preciso avançar. Ainda bem que há os especialistas que surgem como luzes que clareiam nosso caminho e ter, portanto, ter recorrido a eles foi decisivo.
Uma vez que se passa a conhecer o que se desenrola por trás do processo de assédio fica mais fácil detectar as estratégias dos agressores e contra-atacá-las. Bem vindo à guerra. Isso é tão desgastante que há quem aconselhe sequer entrar nela e pedir demissão ou deixar ser demitido. A decisão é pessoal. Mas, é desgastante, pelo menos para as vítimas, pois dependendo da patologia ou do transtorno que o agressor apresente, será uma mera diversão para ele.
No meu, caso, empregado público, conto com os princípios da administração pública para me defender, mas posso dizer que mesmo assim não é moleza já que os agressores confrontam qualquer forma de ordenamento constitucional e se colocam acima da própria democracia se insurgindo contra os direitos fundamentais.
Portanto, tratar do impacto que causa o assédio na vida daquele que o sofreu é algo gradual, lento, e que, em alguns casos, deixa seqüelas. Mas, eu diria que vale a pena lutar contra uma injustiça, contra pessoas perversas, por tua integridade, teus princípios e , obviamente, tua dignidade.
Chegará uma hora que tudo será pagina virada, mas deixará um legado de experiência e cidadania numa luta contra os violadores das liberdades democráticas. Quando Não permitimos que suas vidas sejam fáceis e que não se sintam plenamente impunes para destruir a vida de trabalhadores (as) somente para saciar seus instintos narcisistas.
De qualquer forma a maior vitória que se pode obter frente a estas criaturas é seguir adiante e reorganizar a vida. Deve-se tratar os ferimentos emocionais e se reerguer. Não se deixar contaminar pelo mal que vem do íntimo dessa pessoas, talvez seja, na realidade, a maior vitória sobre elas, pois seu prazer consiste em corromper pessoas as nivelando por si. Aqui cabe as sábias palavras do mestre Nazareno: " Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" Romanos 12:21, ou seja, não permita que no furor e intensidade da batalha teus princípios e valores sejam roubados pelo agressor e você se torne tão baixo quanto ele.
Eu costumo dizer que quero ver o final do filme em casos como o destas pessoas, pois tem hora que nos parece que nada vale a pena e que elas que são más e perversas sempre vencem. Nada que se faça passará sem o devido retorno.
Pense por um momento: nossos códigos morais foram construídos ao longo de milhares de anos e isso criou o chamado inconsciente coletivo. Cedo ou tarde casa ação que viole essas leis se voltarão contra os violadores ainda que cauterizem suas consciências ou racionalizem suas ações.
Portanto, seja qual for o momento que você esteja passando em relação ao assédio moral, aproveite a situação para fortalecer o seu caráter e saia fortalecido da situação. A opção da mudança é dada a você. Já os assediadores, se não tiverem suas consciências tocadas lhes será proibido evoluir.
Siga adiante, levante sua cabeça, olhe firme e para frente e dê a volta por cima.
raniery.monteiro@gmail.com
http://mentesalertas.wordpress.com/
Muito bom!
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