A década de 60 do século
passado marcou um período em que a instabilidade mundial desencadeou eventos
dignos de esquecimento. É bem verdade que também se notabilizou pela
proliferação de uma cultura efervescente.
É nesse cenário que
acontece um dos conflitos mais improváveis e bizarros da história que se intitulou
de EUA contra John Lennon onde a máquina estatal fora usada pelo presidente
Nixon contra o músico inglês que ousou manifestar seu pensamento contrário a
guerra no Vietnã.
O cantor britânico passou
então a enfrentar a fúria de um presidente corrupto e sanguinário sedento de
poder que deflagrou uma carnificina desnecessária e que comoveu o povo norte
americano.
Por aqui no Brasil as
coisas não iam melhores, pois estávamos sob uma ditadura que utilizava os
mesmos métodos de “investigação” e intimidação utilizados nos EUA já que eram
treinados pelos agentes de lá. Naquele tempo qualquer um que ousasse pensar era
tido como subversivo e comunista. Democracia era força de expressão e discurso
retórico que se fingia existir.
Apoiados por uma minoria
elitista e exploradora que desencadeou a chamada marcha da família os militares
tomaram o poder no golpe de 64 e a vida por aqui não seria mais a mesma.
Passados quase trinta anos
e, por incrível que pareça, espectros desfigurados ainda urram pelos cantos
sombrios deste país desejosos de reencarnarem e usurpar a vida, a liberdade, e
os direitos fundamentais. São meras assombrações que vagam pelo umbral de sua
própria arrogância.
Acontece que nosso mundo
está em colapso e não aguenta mais que estas criaturas disseminem sua
perversidade pelo planeta. As pessoas acordaram e passaram a enxergar uma
realidade que se escondia por detrás das intenções destes vermes bem vestidos e
bem alimentados.
Perceba que estamos
falando de comportamentos éticos que não possuem conotação com aspectos de
caráter, mas que estão investidos de uma característica inteligente que permite
que vários tenham acesso ao que é bom em contraste com aqueles que querem
cercear este direito.
Eu tive o privilégio de
ver de perto como um tipo de escória humana degrada tudo aquilo que toca e
consome o corpo que infesta. Mas, se alguém pensa que tais criaturas não
possuem um padrão comportamental está muito enganado, pois agem da mesma forma
que os lacaios de Nixon: forjam, inventam, mentem, usam a coisa pública em
benefício próprio seja pra enriquecer ilicitamente ou pra perseguir desafetos.
É o padrão do assédio
moral que não vê limites em sua covardia para destruir pessoas. Não agirão
pelas regras que criaram, pois nunca tiveram intenção de praticá-las, mas as
usam como mecanismo de controle do “status quo”. É controlando pelo medo que
procriam suas ovelhas servis e obedientes.
Mas, a mudança se instalou
e nada puderam fazer para refreá-la apesar de seus ardis e de sua truculência
desesperada. Sua prepotência os cega para as leis do universo que são incontroláveis
e indeterminadas. Eles ignoram que um simples fator tido como insignificante
altera o curso do processo desencadeando um sistema final novo e mais complexo
que o anterior. Eles deveriam saber, pois participaram do processo que diz que
da ordem surge o caos, ou seja, criaram os próprios monstros que se insurgiram
para assombrá-los.
Pense por um momento o que
você pode fazer, por mínimo que seja, que poderia desencadear um processo de
mudanças. Não é preciso saber como isso se dará. Não tem como. Só é preciso
fazer. Nem é preciso um grande ato, mas um esforço mínimo.
John Lennon e Yoko Ono
tiveram uma ideia que foi considerada utópica de promover a paz mundial e foram
subestimados, no entanto, o que parecia um ato inocente desencadeou uma
mobilização popular sem precedentes que faria com que vidas parassem de morrer
e deporiam um presidente corrupto.
Raniery
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