Em algum momento você já se perguntou sobre o que move um perverso em sua medíocre existência. Sim, porque, por mais que tentemos encontrar uma justificativa para as ações gratuitas de maldade desses seres, não achamos respostas. Ficamos perplexos com pessoas que parecem possuir a frieza do continente antártico em suas veias. Como elas agem, vivem, sua rotina, por que são assim e o que buscam? E mais: como selecionam suas vítimas? É a nossa dúvida.
Do que mais gosta um ordinário, senão de alguém com características vulneráveis pra ele poder devorar e se divertir. O contrário por sua vez não lhe causa atração, isto é, uma pessoa cautelosa e prudente- veja que eu não disse paranóica ou ansiosa.
Mas o que ele detesta mesmo é se deparar com alguém que possua qualidades, pois isso denuncia seu vazio existencial. Se a pessoa possuir boa estrutura familiar, conjunto de valores ou for escrupulosa e honesta, isso despertará seu instinto predatório e ele não descansará até dar cabo dela. Tudo porque o conjunto dessas características, somadas, lhe causa mal estar: haja vista, que acaba por denunciar exatamente tudo aquilo que ele não é. Então, veja você, que o problema é interno dele, e, portanto, não tem lógica ou razão mesmo. No final, sua intuição estava certa.
Ocorre que, a pessoa do bem não enxerga maldade nos outros, pois pensa que todos são como ela, até porque seus ideais- sejam religiosos, éticos ou morais- permeiam sua vida sendo o norte de sua trajetória terrena.
É exatamente esse tipo de bondade (que possui elementos de compaixão e empatia) que um “sombrio” busca pra se realizar e se energizar: seu objetivo é culpar e punir essa pessoa por ser desse modo, tão bom. O “vazio” não possui fé na divindade, não se importa com nada que não seja de seu interesse, e, faz sentido ele ser assim, já que não possui consciência ou alma. São anomalias encarnadas, mas que acabam de certa forma, fazendo emergir naqueles que são vitimados por seus ataques uma indignação e necessidade de neutralizar a ação do mal na face da terra.
Eu tenho constatado, no dia a dia, e, através de contatos com pessoas que estão passando ou passaram pelo desafio de ter cruzado o caminho deste tipo de criatura perversa, as mais diversas reações; sendo mais freqüentes aquelas previstas por doenças emocionais que o assédio moral desencadeia, e, não poderia ser diferente (eu mesmo vivi isso na pele). Mas também tenho visto uma coisa interessante acontecer: a decisão de enfrentar o problema e não se submeter ao abuso ou à violação de direitos fundamentais e constitucionais- e isso eu também estou vivendo.
Faz todo sentido a insurgência contra o mal, já que esse é desencadeado por um número infinitamente menor de pessoas anti-sociais em comparação com a grande maioria que aceita seu papel na coletividade e respeita o espaço alheio.
Não faz sentido, uma meia dúzia produzir uma catarse hipnótica que produza pânico nas pessoas e as faça subjugar- se irracionalmente ao seu sadismo pútrido.
Olhe para dentro de si e resgate a dignidade, o brio, a honra, a coragem, a força que faz de você uma das criaturas mais interessantes que já habitou este planeta e universo.
Não permita que nenhum imbecil te faça de pano de chão e te trate como dejeto. Pense nos seus amados que estão em casa te esperando e que merecem ter no interior de seus lares alguém que valha a pena conviver. Ser medíocre é fácil, qualquer um consegue, mas ser digno exige um pouco mais do espírito humano.
Desperte de sua letargia e de seu sono profundo e afie a espada da justiça que habita em seu interior: combata o mal e os maus- purifique a Terra dessas imundícies que não têm o direito de serem chamados de humanos. Eles têm, sim, o direito de saber que não são bem vindos entre nós. Não faça isso por meio da violência, mas com a manifestação do bem em toda a sua dimensão.
Manifeste a luz que há em você.
raniery.monteiro@gmail.com
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