Segundo algumas doutrinas religiosas somos o resultado de dois elementos essenciais: a matéria e o espírito. Desta forma o corpo se deteriora, mas o espírito não. Tais dogmas afirmam ainda que um corpo sem espírito é incompleto, isto é, somente carne humana e mais nada.
Para elas, uma vez que
morremos passamos a viver em outro plano- o chamado mundo espiritual. Quando reencarnarmos
traremos tudo o que acumulamos de outras vidas, ou seja, virtudes e defeitos. Sendo
assim, as chamadas pessoas de bem ascenderão para lugares felizes trabalhando
para o progresso do planeta, mas os maus carregam para o plano espiritual e
retornam com estas mesmas tendências, isto é, continuarão suas atividades
perversas ainda mais se estiverem desencarnados ou ainda entre nós.
Afirmam ainda tais doutrinas
que a maioria dos espíritos que povoam a terra, tanto no estado errante,
desencarnados, quanto os encarnados, compõe-se de espíritos imperfeitos, que
fazem mais o mal que o bem. Daí a predominância do mal na Terra.
No famoso conto de CharlesDickens, Ebenezer Scrooge é descrito como um ser com características de caráter
deploráveis do ponto de vista da moral social média, já na época em que
escreveu este clássico. Sovina, rabugento, solitário, implacável e ganancioso o
empresário rico diz odiar o natal. Na véspera, proíbe que seu funcionário pare
de trabalhar no feriado de natal. E no mesmo dia, comete muitas outras
injustiças com as solidárias pessoas da cidade e até com seu sobrinho.
Ao chegar a sua casa, no
frio natalino, Scrooge é visitado pelo fantasma de seu ex-sócio Jacob Marley
(que era tão mal quanto ele), que havia morrido naquele mesmo dia sete anos
atrás. O espectro de Marley lhe diz que está sofrendo por ter sido perverso em
vida e adverte que o mesmo acontecerá a Scrooge. A visita causa uma reviravolta
na vida de Scrooge, que é obrigado a aprender da pior maneira o significado da
solidariedade.
Curioso é que este conto é
escrito lá pelo fim da revolução industrial quando a Inglaterra desenvolveu a
industrialização em grande escala ao mesmo tempo em que se criava bolsões de miséria
e o proletariado urbano.
Tal revolução transformou
os antigos métodos de trabalho introduzindo técnicas de mecanização e
especialização das linhas de produção deflagrando a questão social. O
liberalismo propagava que caberia às forças do mercado regular as relações
trabalhistas.
O abuso permitiu a exploração
do trabalho pelo capital, com jornadas de 14 horas de trabalho, nas piores condições,
em função do lucro das empresas fazendo surgir o movimento sindicalista e o movimento
comunista. Nesta época, mulheres e crianças eram exploradas ao ponto do
absurdo. Práticas como a de castigos físicos e tráfico de crianças por
paróquias eram praticadas sem a mínima compaixão.
O movimento sindical que
fora considerado ilegal, e as associações de trabalhadores ilícitas, posteriormente
legalizadas, impulsionaram o Estado a intervir na luta travada entre o capital
e o trabalho, legislando sobre os direitos dos trabalhadores.
O Direito do Trabalho
surgiu, assim, da luta dos trabalhadores pelo reconhecimento da dignidade do
trabalho humano, das condições em que se deve desenvolver e o que lhe
corresponde em termos de retribuição pelo esforço produtivo.
Quanto às teorias
religiosas, se estão certas ou não, é uma questão de fé, mas fato é que
determinadas criaturas parecem mesmo vir para o mundo para ser um tormento e
disseminar o mal. Comento com alguns colegas que há alguns pares que quando
estão no mesmo ambiente que nós, carregam negativamente o ambiente e um cheiro
de enxofre toma conta do lugar. Ainda mais pelo histórico deles.
Perceba que o assédio
moral tem uma conexão direta com sistemas e pessoas perversos e frios que
somente visam interesses próprios e destoam da maioria que entende que viver em
sociedade pressupõe agir de forma coletiva, pois isso é inteligente e bom para
todos.
Ebenezer Scrooge teve um
surto de consciência e pôde mudar suas ações ainda em vida, pelo menos no
conto, e transformou tudo a sua volta refletindo em si mesmo os benefícios de
tais transformações. Na vida real sabemos que, infelizmente, pessoas assim não
mudam, mas não se pode perder a fé na raça humana e a esperança que apelando
para a consciência daqueles que ainda a possuem possamos avançar ou evoluir e
quem sabe chegar a outro plano melhores que quando começamos.
Lutar pela dignidade da
pessoa humana em todos os seus níveis é elevar e evoluir a própria condição de
nossa natureza. Fazendo isso, aqui, acumularemos respostas positivas no futuro
que repercutirão sobre todos nós da mesma forma e não precisaremos temer
nossos próprios fantasmas nos assombrando porque não fizemos o que deveria
ser feito.
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