Quando determinado lugar que deveria ser protegido contra salteadores, tem, como vigia, justamente aquele que assalta, dizemos que colocaram a raposa para tomar conta do galinheiro, numa alusão ao absurdo que a situação representa.
Mas, isso é mais comum do que imaginamos, ainda mais em lugares cujos valores e princípios foram distorcidos para atender o interesse e o benefício de inescrupulosos.
Sendo assim, não é de se admirar que pessoas com tal índole sintam-se à vontade para transitar com total liberdade em lugares que os apóiam. Digo isso, porque é o que acontece onde trabalho- o que explica, entre outras coisas, o comportamento assediador de gestores (?) locais.
Eu me pergunto se as pessoas em geral aceitariam, por exemplo, que conhecido esquartejador fosse o seu cirurgião; se o pedófilo da paróquia, a babá de seu filho; se o estrupador em série, segurança de sua filha adolescente, mas o entanto, permitimos que este tipo de gente, cuja natureza é conhecida, seja nosso representante político, sindical, de associação etc.
Pense por um momento: tem cabimento confiar em uma pessoa de má índole e desonesta, cujo histórico a desabona? Como seria possível, por exemplo, um ladrão contumaz estar falando a verdade sem estar pensando em levar vantagem sobre você?
Assim como água não se mistura em óleo, seria possível que pessoas de natureza e valores diferentes se associarem, sem que uma delas levasse prejuízo de forma previsível?
Pois, é! Dia desses fiquei me indagando sobre determinada pessoa que tomou a iniciativa de defender interesses de grupos que pretendem impor uma situação que influenciará a vida das pessoas.
Como ele foi convocado para ser a ponte entre os interessados e os possíveis lesados. Usou uma estratégia surrada, mas eficiente para induzir as pessoas em erro: primeiro fez uma colocação como sendo a única solução para o caso, dizendo que os interessados não tinham o que fazer por estarem sendo obrigados- o que não é verdade; segundo, ele mudou a essência do problema, que de redução passou a ser de extinção. Ex.: redução de horas extras, não é o mesmo que extinção delas; terceiro- colocou a responsabilidade sobre quem não a detém eximindo os verdadeiros responsáveis e, quarto, deixou no ar uma ameaça velada caso não se aceite o que os interessados propuserem.
Fato é que, mérito à parte, bastaria somente focar a atenção na fonte emissora da mensagem para concluir que há uma intenção por trás, já que ele é bem conhecido de todos, dado suas práticas réprobas, a ponto de seu nome ser somado ao adjetivo imundície, que é o esteriótipo que ganhou entre o grupo.
Ora, uma pessoa completa pode mentir, enganar, trapacear ocasionalmente, mas sua consciência pesará e corrigirá suas atitudes, mas um ladrão contumaz, ou seja, alguém sem consciência, por exemplo, que é um mentiroso por tabela, não se emendará. Como é que se pode acreditar na honestidade de uma pessoa mau caráter dessas? Me admira como poderia sequer me representar. Logo, já se sabe qual o final deste filme.
Isso tudo só faz sentido quando se sabe que o galinheiro, a muito, foi tomado pelas raposas que controlam todo o seu perímetro e lesam os donos das galinhas que aceitam passivamente que tal situação ocorra, amargando constantemente os prejuízos.
A raposa pode até ser esperta, mas isso não significa que tenha que nos enganar. Aliás, sua lábia é um de seus pontos fortes, porém, só dá ouvidos a ela quem quer. Seu alvo principal sãos os desavisados, evidentemente.
A única coisa que ela esquece, é que pode se deparar com um cão pastor que denuncie suas intenções latindo e lhe dando visibilidade.
Eu, particularmente, não caio no papo desta raposa sórdida, mas não posso impedir que os demais o façam, pois isso é com cada um.
raniery.monteiro@gmail.com
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