Sendo assim, se aplicarmos a definição acima à prática do assédio moral, veremos que o agressor também possui um conjunto de técnicas que se sofisticam a medida que o desajustado ganha experiência.
A técnica supõe que, em situações semelhantes, uma mesma conduta ou um mesmo procedimento produzirão o mesmo efeito. No caso das ações de agressão psicológica, significa dizer que o assediador apresenta um padrão comportamental violador identificável e responsabilizável.
O fator intenção entra em jogo nestas relações assimétricas. O assediador sabe o que está fazendo, tem noção de que é errado, mas mesmo assim decide optar pelo dano à vítima.
Toda agressão conta com o medo de quem é agredido para que possa subjugá- lo, neutralizá- lo e destruí- lo. Daí utilizar de mecanismos covardes, isto é, que não permitam a menor chance de defesa ou o equilíbrio no conflito.
Observei, em conversas com inúmeras pessoas, que a grande maioria sequer sabia que estava sendo assediada ou consegui detectar a tempo a agressão, e, quando se dava conta, não havia mais nada a fazer.
A doutrina dividiu as formas de concretização do assédio em técnicas de assédio. Identificá- las é o primeiro passo pra poder reagir de modo mais eficiente.
São elas: técnicas de relacionamento, técnicas de isolamento, técnicas de ataque e técnicas punitivas.
Seguem alguns comportamentos configuradores do assédio moral:
Técnicas de relacionamento
•Desestabilizar emocional e profissionalmente a vítima que gradativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho.
•Impedir de se expressar.
•Começar sempre reunião amedrontando quanto ao desemprego ou ameaçar constantemente com a demissão.
•Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
•Comunicar-se só por bilhetes,e-mails etc.
•Aproveitar uma saída rápida da vitima para deixar uma tarefa em sua mesa, sem solicitar pessoalmente.
•Sobrecarregar de trabalho ou impedir a continuidade do trabalho, negando informações.
•Repetir a mesma ordem para realizar uma tarefa simples centenas de vezes até desestabilizar emocionalmente o trabalhador ou dar ordens confusas e contraditórias.
•Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar e menosprezar em frente aos pares.
•Impedir que as grávidas sentem durante a jornada ou que façam consultas de pré-natal fora da empresa.
•Fazer reunião com todas as mulheres do setor administrativo e produtivo, exigindo que não engravidem, evitando prejuízos à produção.
•Passar lista na empresa para que os trabalhadores/as se comprometam a não procurar o Sindicato ou mesmo ameaçar os sindicalizados.
•Impedir de usar o telefone em casos de urgência ou não comunicar aos trabalhadores/as os telefonemas urgentes de seus familiares.
Técnicas de isolamento
•Rir a distância e em pequeno grupo; conversar baixinho, suspirar e executar gestos direcionando-os ao trabalhador.
•Não cumprimentar e impedir os colegas de almoçarem, cumprimentarem ou conversarem com a vítima, mesmo que a conversa esteja relacionada à tarefa.
•Ignorar a presença do/a trabalhador/a.
•Querer saber o que estavam conversando ou ameaçar quando há colegas próximos conversando.
•Espalhar entre os colegas que o/a trabalhador/a está com problemas nervosos.
•Divulgar boatos sobre sua moral.
•Hostilizar, não promover ou premiar colega mais novo/a e recém chegado/a à empresa e com menos experiência, como forma de desqualificar o trabalho realizado.
Técnicas de ataque
•Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado ou elogiar, mas afirmar que seu trabalho é desnecessário à empresa ou instituição.
•Culpar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.
•Mandar executar tarefas acima ou abaixo do conhecimento do trabalhador.
•Desviar de função: mandar limpar banheiro, fazer cafezinho, limpar posto de trabalho, pintar casa de chefe nos finais de semana.
•Retirar material necessário à execução da tarefa, impedindo o trabalho.
•Apontar erros imaginários.
•Fazer revista vexatória.
•Impedir de tomar cafezinho ou reduzir horário de refeições para 15 minutos. Ordenar que as refeições sejam realizadas no maquinário ou bancadas.
•Determinar uso restrito de sanitários.
Técnicas de punição
•Trocar alguém de turno sem avisar.
•Voltar de férias e ser demitido/a ou ser desligado/a por telefone ou telegrama em férias.
•Punir severamente o subordinado por erros pequenos ou fazer relatórios aos superiores apontando o erro.
•Determinar o pagamento de prendas.
•Receber advertência em conseqüência de atestado médico ou por que reclamou direitos.
Fonte: www.femar.com.br
Já ouvi muita gente dizer que nunca havia passado por assédio moral e que não precisaria saber “disso” até o dia que o raio caiu em suas cabeças. Penso que a melhor hora de se aprender a nadar não é durante uma tempestade, mas na tranqüilidade de uma piscina. Vale dizer que o problema reside no agressor e não na vítima e que não há lógica na mente de um “demente”.
Portanto, saber como age o predador social é antecipar- se aos seus passos. Isso não significa que o impedirá de agir, mas minimizará o impacto de suas ações lesivas, e, poderá levá- lo a responder por seus atos na justiça.
Leia também: Mobbing: agressão psicológica no trabalho
Assediados solicita autorização para publicação deste esclarecedor artigo.
ResponderExcluirQue sua mente esteja sempre alerta.
Parabéns ao Guerreiro da Luz!