As mulheres vêm
conquistando espaço cada vez maior no mercado de trabalho desde as duas grandes
guerras quando tiveram que substituir os homens nas fábricas. Com a evolução
das leis trabalhistas houve avanços significativos o que não impediu que elas
fossem exploradas ou discriminadas.
Não bastasse ter de provar
seu valor dia a dia diante do machismo reinante, a ponto de hoje ser o gênero
mais bem qualificado deste mercado, e, ainda assim, ganhar menos que os homens,
a mulher ainda enfrenta a dupla jornada tendo que cuidar das tarefas da casa e
dos filhos em um processo estressante.
Dentro deste processo de
discriminação desmotivante vemos casos de violência contra as mulheres movidas
por assediadores sexuais e morais que cria um quadro alarmante e perverso onde
as trabalhadoras são depreciadas e descartadas como peças sem valor em um
sistema cruel.
Se o assédio moral, por si
só, é um tipo de violência covarde, que dirá quando, então, envolve questões
como a maternidade. É deplorável que ainda existam ambientes que são capazes de
violar um direito dos mais importantes que é o da vida. Curioso, é que são
empresas que saem em capas de revistas como as dez melhores para se trabalhar,
ao custo de questionários manipulados que forçam seus colaboradores a lhes dar
as melhores notas. Democrático isso, não?
Recentemente aqui em
Santos, na atual gestão desta prefeitura, e, destacado aqui no Blog, jovens de
um programa social foram constrangidas a não engravidar, num ato criminoso do
secretário de segurança da guarda municipal, onde, aliás, foram feitas inúmeras
denúncias de assédio moral e sexual, sem contar na CET e sua indústria de
multas, que está sendo alvo de outras tantas denúncias de assédio aos seus
agentes. Tudo negado, evidentemente.
Ocorre, porém, que este
tipo de conduta réproba, não é privilégio de políticos, mas acontece em grande
escala pelas empresas em geral por todo o país. É só a funcionária engravidar
que já passa a ser vista com olhos de reprovação e se esquece do que de
positivo fez, até então. É como se tivesse cometido algum crime. A partir daí
inicia-se um processo de descarte da profissional.
Irônico mesmo, é que, em
algumas situações, a mulher do chefe também engravida na mesma ocasião, mas, aí
a coisa é diferente e todos fazem questão de lhe dar os parabéns, e, querem
compartilhar deste momento tão sublime, com a chegada do novo rebento. Enquanto
isso, ainda no chá de bebê, do “Bam bam bam”, é dado as orientações para
disciplinar a trabalhadora que não tem mais interesse em vestir a camisa do time-
Sim, porque se quer ter filho, terá que se dedicar a família, e, não terá mais
tempo e nem motivação para a equipe, dizem os agressores justificando a fritura
da futura mamãe. Pensando bem, essas pessoas tiveram mãe?
Na empresa que trabalho,
por exemplo, que por ser pública é obrigada a seguir somente o que a lei diz,
mas também deve se ater aos demais princípios da administração pública, entre
os quais, o da razoabilidade, algumas trabalhadoras foram informadas pelo RH
que não poderiam sair de licença maternidade por não possuírem o plano de saúde
imposto pela empresa que é pago pelos funcionários. Ficou chocado (a)? Isso é
só o começo, tem muito mais de onde veio.
Concluindo, não é fácil
estar em pleno gozo de suas faculdades convivendo em lugares estéreis como os
citados, onde a frieza e o desprezo são os processos culturais de pessoas que
na aparência são uma coisa, mas na prática são outras. É lamentável ver que a
mulher, que é uma cidadã e que tem o seu sonho de ser mãe (e promover a vida) ser
tratada desta forma por filhos da...chocadeira que os pariu!
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