Quando dizemos de uma pessoa que ela é ardilosa, maquiavélica ou premeditada, queremos retratar alguém que mede cada passo que dá e prevê as consequências disso. Essas pessoas possuem um extraordinário talento de iludir as outras. Daí, ficarmos perplexos, atônitos e até confusos quando elas mostram suas verdadeiras faces, ou melhor, garras.
O que acontece é que confundimos carisma com simpatia, concessão com gentileza, narcisismo com carência.
É preciso aceitar o fato de que a natureza de cada pessoa reproduz suas escolhas na vida. O delinquente preferirá andar com aqueles que, como ele, delinquem; o mentiroso terá preferência pelos desonestos, os intrigueiros se sentirão à vontade entre os fofoqueiros, e, assim por diante, cada um procurará o seu similar até para poder ter a aprovação necessária para dar vazão às seus vícios e paixões.
O fato, por exemplo, de uma pessoa representar o papel de vítima, não quer dizer que o seja mesmo. Será que o monstro que ela pinta, na realidade não é o reflexo dela mesma?
Não faz o menor sentido você se associar a alguém de que repudia os atos. Ora, se eu condeno o comportamento e o caráter de uma pessoa, mas vivo grudado nela, o que será que eu estou querendo com isso?
Muitas vezes, nessas relações bizarras, é preciso que um pareça o lobo mal para que o outro surja como a chapeuzinho vermelho. No final, é farinha do mesmo saco, só que mais "maquiadinha" para parecer que é "boazinha".
Eu sempre presto mais atenção nessas pessoas que apresentam o modelo de vítimas querendo impor sua vontade sobre os outros através da chantagem emocional sempre usando as amizades ou os relacionamentos como moeda de troca ditatorial.
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