“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido, com o manejo dos meus acusadores, não sei ; certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivamente falavam . Contudo, não disseram, eu o afirmo nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro : aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar.”
Apologia de Sócrates por Platão: Primeira Parte - Sócrates apresenta sua defesa.
No processo de assédio moral pelo qual ainda me encontro, e que já dura cerca de seis duros anos, para me defender dos ataques de inúmeros assediadores, sim porque, no meu caso em particular é caracterizado como assédio moral misto- que é aquele em que tanto superiores quanto pares se envolvem na ação persecuritória- tive que aprender a lidar com a situação sob os vários ângulos em que ela se desenrola.
No primeiro momento, é bem verdade, houve uma vantagem enorme por parte daqueles que queriam me prejudicar. Isso se deu pelo fato de que eu nunca havia passado por tal situação, e, como conseqüência não tinha a experiência necessária pra me defender de suas ações. Portanto, palmas pra eles!
De início veio a confusão misturada com a indignação de vê- los descaradamente induzindo chefes e colegas contra mim. Não é preciso dizer que mentira pouca é bobagem, não é? O interessante é que a tática baseava- se na disseminação de boatos que de pronto eram tidos como verdade, evidenciando aí uma ingenuidade característica de pessoas simples que facilmente são conduzidas e manipuladas.
“Pois esses acusadores são muitos e me acusam já há bastante tempo; e, além disso, vos falavam naquela idade em que mais facilmente podíeis dar crédito, quando éreis crianças e alguns de vós muito jovens, acusando -me com pertinaz tenacidade, sem que ninguém me defendesse .”
Apologia de Sócrates por Platão: Primeira Parte - Sócrates apresenta sua defesa.
Como eles haviam me atacado através de um site de relacionamentos, narrado na postagem anterior, decidi que iria me defender e passei a mudar meu comportamento e agir estrategicamente baseado em informações orientadas por especialistas.
A primeira coisa que fiz foi começar a dar visibilidade e chamar a atenção para a ação dos agressores.
De posse da cópia das calúnias postadas, solicitei a abertura de um inquérito administrativo para apuração e punição dos responsáveis, mas tinha uma intuição de que não fariam isso, o que de fato ocorreu.
Insisti, mesmo assim, porque era preciso dar conhecimento a empresa sobre a questão para que não alegasse, em posterior processo, desconhecimento. Além do mais, raciocinei: caso decidam não punir os infratores, automaticamente a empresa se tornará co- responsável pelo assédio, e, portanto capaz de responder juridicamente por isso.
Lembro- me inclusive das palavras do apurador dizendo que não daria em nada tudo aquilo, demonstrando que iria manipular o inquérito favorecendo tais pessoas. Além do mais houve tentativas, por parte dele de me intimidar para desistir da denúncia, dando tapas na mesa e gritando para me amedrontar. Obviamente, seu surto de histerismo não surtiu o efeito desejado e mantive- me firme o tempo todo.
De fato, tal inquérito não puniu os infratores, aliás, sequer foram arrolados pra serem ouvidos o que fica claro aí o dolo e a ma fé do apurador. É interessante notar que ele averigua e constata a falta, considerada grave pelo art 482 da CLT, mas simplesmente decide ignorá- La e no fim ainda me pune. Pra mim, esse comportamento é suspeito.
Perceba a jogada da coisa: eu pedi punição a quem me atacou pela rede social. Isso é previsto pela legislação trabalhista brasileira. Mas, nada aconteceu com eles, ou melhor, propositalmente não foram citados no inquérito. No final eu, vítima, tomei a punição. É louco, não é? É desta maneira que esses vermes usam a empresa pública. E os ofensores, como estão hoje: bem, obrigado, diriam eles. Parte deles trabalha direto com quem? Adivinhou? Mas,...como? Você é mago(a)?
Todos os problemas que tive iniciam- se a partir dos comentários postados na web, ou seja, ciberbullying. Aquilo foi o start que desencadeou todo o processo, mesmo assim, quem deveria coibir tal coisa, propositalmente não a apontou no inquérito, pois sabia das conseqüências que viriam sobre os responsáveis.
Não foi de todo inútil a denúncia da rede pelo inquérito fajuto da empresa já que depois disso nunca mais ofenderam ninguém, até onde eu saiba. Mas, eles são assim mesmo, num dia se mostram os machões, falam que vão atirar, bater, xingam, no outro parecem donzelinhas beatas que batem ponto na igreja com um terço na mão. Covardia nessa corja é marca característica.
A partir dali passei a adotar uma postura de expectativa e atenção, anotando cada ação dos agressores e em alguns casos até gravando digitalmente as humilhações, mas tudo com um detalhe: não divulgava meus passos para que não soubessem o que estava fazendo e os deixava acreditar que era vulnerável como pensavam e subestimavam, e, assim fui suportando o tormento que, evidentemente, cobrou um preço, mas que teve sua utilidade prática de qualquer forma.
“Por isso, quantos, por inveja ou calúnia, vos persuadiam, e os que, convencidos, procuravam persuadir os outros, são todos, por assim
dizer, inabordáveis ; porque não é possível fazê-los comparecer aqui,
nem refutar nenhum deles, mas devo eu mesmo me defender, quase
combatendo com sombras e destruir, sem que ninguém responda .”
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Como eu não via outra saída, já que me encontrava acossado, passei a pesquisar cada vez mais o que era aquilo que estava acontecendo comigo, e, foi aí que percebi que se tratava de um padrão de agressão moral composto por características específicas bem definidas e identificáveis, apesar de toda a subjetividade de sua embalagem. Isso permitiu que eu pudesse fazer uma leitura do comportamento dos agressores e antecipar meus passos colocando- me sempre à frente deles: deu certo.
A partir destas primeiras reações defensivas, eles sentiram a resposta, e, claro, ficaram furiosos, tanto que as retaliações posteriores, que já eram previsíveis, se intensificaram com o objetivo de me fazer recuar o que já sinalizava certo desespero e temor da parte dos agressores. Alem do mais ficavam frustrados por não conseguir mais me atingir como pretendiam.
Manter- me firme enquanto era massacrado não foi fácil.
Estava evidente que iriam cavar uma demissão arbitrária sobre mim e,... como tentaram! É a boa e velha tática de manchar sua ficha cadastral plantando uma característica de indisciplinado ou insubordinado para amparar o corpo jurídico da empresa numa ação judicial. Bem medieval, não é? Mas, ainda em uso atualmente.
“É justo, pois, cidadão atenienses, que em primeiro lugar, eu me
defenda das primeiras e falsas acusações que me foram apresentadas, e dos primeiros acusadores ; depois, me defenderei das últimas e dos últimos . Porque muitos dos meus acusadores têm vindo até vós já bastante tempo, talvez anos, e sem jamais dizerem a verdade ;”
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A partir deste momento passei a ter minha cabeça colocada a prêmio e qualquer verme se sentia um gigante capaz de me chutar e fustigar, pois entendiam que se assim o fizessem estariam alegrando seu sádico chefinho e ganhando pontos com ele. Vários deles fizeram isso, mas um em específico se inflou demais pra sua capacidade torácica e veio todo confiante, coitado, achando que seria o nocauteador que me derrubaria. Mas, acabou tomando uma pancada no fígado que não esperava e o tiro saiu pela culatra: gravei cada palavra humilhante e ofensiva que me dirigiu durante uma semana consecutiva. Quando a informação “vazou” a criatura desmoralizada foi murchando e colocando o rabinho entre as pernas e se encolheu todo.
A idéia era me fazer cometer um ato desequilibrado que justificasse minha demissão. Ironicamente, dia desses, o mesmo indivíduo voltou a agir da mesma forma, só que desta vez com um colega, mas a empresa se omite e deixa a coisa correr solta sem punição aos assediadores. A pergunta que se faz, é: quem é o maior responsável pela prática danosa continuar?
Inúmeras são as situações de humilhação que eu, trabalhador, venho passando desde então. A coisa foi perdendo o controle e, pra me calar, tentaram de tudo, desde intimidações, ameaças, punições forjadas, etc. Sempre, e a todo o momento, trabalhando a mente das pessoas contra mim. Tanto que colegas me confessaram que toda vez que eram vistos conversando comigo seguia- se retaliações e severas sensuras contra eles na tentativa de dissuadi- los. Nesse ponto os agressores contam com seus cachorrinhos servis pra fazer o trabalho sujo deles; estes por sua vez, no afã de agradar seu doninho fazem o serviço com lealdade e dedicação invejáveis pra quem é pago com restos e raspas, que é o que lhes interessa, não é mesmo?
Pois, é. A situação era totalmente desfavorável e ninguém acreditava que eu seria capaz de revertê- La.
“Mas, então, não se envergonham disto, de que logo seriam desmentidos por mim, com fatos, quando eu me apresentasse diante de vós, de nenhum modo hábil orador? Essa me parece a sua maior imprudência, se, todavia, não denominam "hábil no falar" aquele que diz a verdade. Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador, não, porém à sua maneira.”
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