Todos os seres, objetos ou coisas, possuem uma natureza, isto é, são compostos de determinados elementos que os singulariza e permitem sua identificação.
Logo ao nascermos, não demora muito, conseguimos distinguir o que compõe as coisas da vida. Paulatinamente vamos agregando, ao nosso conhecimento e memória, o necessário pra sermos bem sucedidos dentro de um mínimo exigível.
Posto isto, chega o momento em nossa jornada que inevitavelmente desenvolveremos nosso instinto gregário ao interagirmos socialmente. No começo, nosso universo se restringe aos familiares. Não demora e entramos em contato com nossos colegas de infância e escola. E assim, sucessivamente, obedecendo todas as fases e etapas, preenchendo um círculo incessante, vamos adquirindo a chamada experiência- que decorre daquele circuito aprendizado/memória.
Ocorre que, dentro desta dinâmica, começamos a distinguir as características componentes de cada pessoa e chamamos isso de personalidade. Uns são mais extrovertidos, outros mais tímidos; Há os temperamentais, os pacíficos, enfim, um mar de jeitos de ser e estar.
A mãe natureza esculpiu durantes bilhões de anos todos os seres deste nosso admirável planeta, e, em determinado momento, nós nos demos conta de que existíamos e que éramos o que somos. Neste instante, tudo começou a mudar na Terra. Nos demos conta de que éramos diferentes de todas as outras criaturas. Dominamos tudo.
O segredo? Aprendemos a viver em sociedade e isso nos tornou fortes: foi uma vantagem! Na seqüência, evoluímos essa idéia de forma conveniente, já que isto nos era benéfico, isto é, o viver em grupo.
Acontece que, desde aquela época, houve quem vislumbrasse dominar outros e utilizá-los em benefício próprio, contrário ao curso natural das coisas.
Você sabe, uma pessoa normal é capaz de utilizar razão e emoção em total equilíbrio e dentro das reais necessidades cotidianas. Há um instante pra se emocionar e outro pra ser mais firme. Tristeza, alegria, reclusão, festa, tudo o que compõem nosso repertório, mas... nem todos eram assim.
Existe um tipo de ser que repudia as características sociais humanas e, como se tivesse um interruptor, desliga aquelas qualidades inerentes ao bom convívio social. Esta é a sua natureza. Este é o seu padrão. Eles são assim.
Pessoas que só conseguem enxergar-se, e, controladas por um impulso que as obriga a satisfazer seus próprios interesses, em detrimento dos alheios, avançam sem escrúpulos no atingimento de seus objetivos nefastos. Elas não possuem a menor empatia por quem quer que seja. Estão por toda a parte. Pode ser em casa, na escola ou no trabalho. Nada as comove; princípio algum as norteia; simplesmente querem algo e o tomam; custe o que custar.
Seguindo a seqüência natural da vida, num belo dia, sem que se tenha poder pra controlar isso, vocês passam a dividir o mesmo ambiente de trabalho. Cruzaram-se os destinos.
O seu universo foi composto de estímulos positivos, e, por conta disso, houve um sem número de investimentos em sua carreira para que os resultados fossem aqueles que você sonhou. Um excelente emprego, carreira ou função pública, não importa: você se esforçou, portanto, merece colher os frutos de sua dedicação, certo?
Em contra partida, aquela outra criatura esgueirou-se, aqui e acolá, aprimorando seu arsenal predatório e, a cada ponto que avançava, deixava para trás um histórico reprovável, porém habilmente dissimulado. Como criaturas soturnas à espreita, utilizavam da furtividade pra tirar de seu caminho qualquer um que nele atravessasse. E o seu dia chegou.
Respondendo ao parágrafo que você concluiu que era merecedor do sucesso pelo seu esforço, esqueceu-se somente de um detalhe: convencer a criatura das trevas disso. Mas, porque seria necessário fazê- lo? Eu também não sei. Pergunto-me a mesma coisa todo dia, sem obter uma resposta minimamente plausível; a não ser, que é por causa da natureza deles que isso acontece. A culpa não é minha, mas deles. Eles são o problema, não eu.
Foi observando, que o homem passou a discernir as coisas da natureza, e, da mesma forma, se faz necessário que utilizemos esta poderosa ferramenta pra aprender a detectar um predador social quando cruzar o nosso caminho para que nos defendamos eficientemente.
Então é assim. Há aqueles que possuem um senso ético mínimo de convivência social e outros que declinam desse comportamento, atendendo aos seus instintos egocêntricos. Os antissociais não são aqueles que tendem a sentir dificuldade de fazer amizades, mas os que não se adaptam as regras sociais, aliás, eles as detestam; seu prazer consiste em burlá-las- esse é o seu jogo.
Nesse ponto você já deve ter concluído que é preciso aprender a fazer uma leitura precisa das pessoas pra detectar suas reais intenções, isto tudo sem entrar num estado paranóico que o leve a insanidade. É possível, mas não é fácil. Nem os profissionais do comportamento conseguem fazê- lo com cem por cento de acerto, que diremos nós. Porém, um pouco de cautela, observação e atenção podem nos ajudar nesta árdua tarefa. A ingenuidade, por outro lado, pode nos tornar presas fáceis e expor nossa vulnerabilidade, o que será explorado plenamente por um oportunista de plantão.
Estou falando de “pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras de regras sociais, impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão, culpa ou remorso. Esses "predadores sociais" com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das pessoas: aquelas a quem chamaríamos de pessoas do bem", como define a Dra Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro: Mentes Perigosas.
A psiquiatra e autora do livro dá o nome de psicopata, mas qualquer pessoa que se enquadre neste perfil e que cometa abuso ou violação de direitos, pode muito bem manifestar características deste transtorno. Pra mim, não importa o nome que se dá, e, se é doente ou não, mas se intencionalmente pretende causar um dano ou prejuízo, então, se enquadra no mesmo tipo e merece ser combatida à altura. Seja qual for a definição, tudo aponta para uma conduta ou comportamento perverso, cruel ou danoso.
Pelas características acima, já deu pra perceber que existe uma diferença enorme entre o que é uma pessoa consciente, no seu geral, e sua diferença em relação a um perverso. São Padrões antagônicos e, é obvio que são diametralmente conflitantes e geradores do pressuposto da legitimidade de defender-se de injustas agressões- quer morais ou físicas. Não existe desculpa que justifique a humilhação, o ataque e a perseguição. Não existe alguém tão superior em relação a outro, que se tenha, de igual modo, por inferior.
O que se vê na realidade é o exercício do poder e a necessidade de se impor pelo controle. É o domínio de alguém, por outro, que não poderá ter vontade própria, já que se trata apenas de um objeto, uma posse, um meio, para aquele. Quando o “brinquedo” se rebela, desperta a fúria e a indignação de seu “proprietário” que, então, reage violentamente diante de tal traição. O que se pretende é explorar a vítima até o último limite, para depois descartá- La, como se nada fosse.
Ironicamente, enquanto preparava esta postagem, chegou- me a notícia de que um assediador de minha empresa estaria preparando um meio de forjar atos que me desabonem; imagino que pra conseguir uma demissão por justa causa; mas, isso não é novidade alguma, já que há seis anos tentam fazer o mesmo através de punições ou inquéritos forjados e, a única coisa que conseguem, é me fornecer material contra eles.
Ironicamente, enquanto preparava esta postagem, chegou- me a notícia de que um assediador de minha empresa estaria preparando um meio de forjar atos que me desabonem; imagino que pra conseguir uma demissão por justa causa; mas, isso não é novidade alguma, já que há seis anos tentam fazer o mesmo através de punições ou inquéritos forjados e, a única coisa que conseguem, é me fornecer material contra eles.
Perceba que este comportamento é diferente daqueles que qualquer um de nós já manifestou em dado momento da vida, mas que posteriormente veio a se arrepender. Não se trata de exigir perfeição ética ou moral, mas de discutir uma essência e um padrão invasivo, perverso, intrínseco ou nato, e, que é lesivo.
Os comportamentos aéticos e abusivos precisam ser discutidos em todos os níveis da sociedade. Não se pode tolerar a violação de direitos ou a destruição psicológica por conta de quaisquer que forem as justificativas.
Tudo o que foi discutido aqui começa dentro de nós, revendo nossas ações, para poder cobrar dos outros aquilo que deveriam corresponder. É como um gigantesco sistema de anticorpos, onde o corpo estranho (o perverso) é fagocitado, numa luta sem trégua, até que o corpo volte ao seu estado de equilíbrio saudável. Pode ser que seja preciso recorrer a alguns remédios ou até mesmo incisões. Isto pode gerar desconforto e dor, mas é o necessário a ser feito, por conta de, em caso de omissão, ver a doença dominar o corpo levando-o ao óbito.
Como sempre meu caro, você brilhantemente expõe as entranhas da situação.
ResponderExcluirDe fato, nós os assediados, passamos muito tempo procurando encontrar em nós o motivo que nos tornou vítima. Em geral buscamos defeitos, imperfeições e problemas, quando na verdade o problema está com eles, eles são o problema. Com suas mentes crueis e perversas maquinam o mau continuamente, pois é dele que tiram o prazer para suas vidas mesquinhas, insípidas e vazias.
Confesso que aguando com ansiedade o dia de presenciar essa fagocitose no mundo, e poder ver muitos corpos recuperados, ainda que com cicatrizes visíveis e invisíveis.
Sei que não é preciso dizer: “tenha força e fique firme”, porque o tempo de fraquejar já passou. Desejo apenas que Deus complete o incompleto que ainda exista em você.
Um forte abraço.
Assediados