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Resistência psicológica


É preciso entender que o principal objetivo do assediador moral é tirar sua vítima de seu estado de equilíbrio emocional, e, portanto, desestabilizá-la.

Como, via de regra, o agressor, ou é um chefe, ou um colega ligado a ele pelo cordão do puxa-saquismo, evidentemente que o ataque se dá no limite da covardia.

Sendo uma luta desigual e injusta, cabe ao agredido se defender, preservando, justamente, sua energia emocional. É tarefa árdua, já que gera stress, mas é o que deve ser feito ou então sucumbir. Aliás, não reagir só despertará o frenesi do agressor.

Pra defender-se eficazmente será preciso estar com seu estado emocional fortalecido o que, em casos mais avançados, será muito difícil e, é aí, que entra em cena a necessidade de se contar com a ajuda de um profissional especializado ou mesmo de se afastar por um período.

Vale ressaltar que é preciso, em primeiro lugar, retomar a razão, pra só depois pensar numa estratégia de defesa eficiente. Será preciso prestar atenção no que há por trás de cada atitude antiética, o que só se consegue com a cabeça fria.

Não alimentar o agressor ou ceder ao seu jogo permitirá equiparar as forças e neutralizar suas estratégias. Evidentemente que isso pressupõe um enorme esforço da vontade pra não ceder às provocações. Apoderar- se do próprio autocontrole criará uma blindagem invisível que permitirá a invulnerabilidade- que fará com que toda energia negativa volte de onde partiu produzindo um curto circuito em todo sistema perverso. E funciona! Vi isso acontecer diante de meus olhos quando o agressor acusou o golpe num ataque hilário de "siricutico".

Obviamente que a vida, a partir de então, não será fácil, pelo fato do assediador se enfurecer com a justa resistência. De qualquer forma, o ambiente já havia se tornado precário mesmo! Mas, é preciso não vacilar, já que qualquer erro será usado contra o perseguido, daí porquê, se acautelar pra não cair em alguma "casa de caboclo"(armadilha).

Um fator importante e que deve ser levado em conta, é a comunicação perversa constituída pelos subentendidos e os não ditos. Sistema, aliás, que eles utilizam no auge de seu cinismo e cara de pau. Fica claro que não se pode aceitá-la. Ao contrário, deve-se exigir a explicação exata do que se diz pra não permitir dúbias interpretações. Uma das características deste tipo de comunicação é plantar a dúvida e a confusão pra depois alegar que a vítima é desequilibrada diante dos demais.

Pra lidar com estas criaturas se faz necessário uma nova abordagem do que se está acostumado. Deve-se reagir e agir justamente de forma oposta àquela que o agressor espera. A regra aqui é não alimentar o sadismo do agressor. Portanto, se ele quer te deixar irritado, deve- se permanecer o mais tranquilo possível ou sequer manifestar alguma reação. Isso confundirá o assediador que esperava justamente a agressividade pra projetar a culpa na vítima, principalmente diante do grupo.

Lembrando que haverá o momento propício pra falar do ocorrido, ainda mais que durante cada ataque deve se ter o cuidado de registrar tudo, seja por gravação, testemunha, e-mail etc.

Por isso que pra reagir de forma racional é preciso controlar os nervos e saber que se tem uma estratégia pra "capturar" o predador social, que será pego lá na frente, sentado diante de um juiz trabalhista. A regra é não cair na armadilha do assediador.

Resistir psicologicamente, ao assédio moral, dentro das atividades laborais, é uma estratégia legítima pra proteger seu direito de trabalhar que foi violado por um imbecil incompetente qualquer. Aliás, já está na hora das empresas acordarem e entenderem que este tipo de gestão é desastrosa e só acarreta prejuízos e, então, finalmente chegarem ao século XXI.

Incrivelmente nós vivemos um eterno corre-corre, sem tempo pra nada e não conseguimos parar pra observar as pessoas ao nosso redor. Até nossas comunicações se dão à distância, de forma insubstâncial, sem olhar nos olhos, através de frases sem expressões. Não é de se admirar que eventualmente sejamos pegos de surpresa por algum maldoso sem termos chance de defesa.

Nosso conhecimento das pessoas se dá na superficialidade e desta forma não conseguimos saber quem são na realidade; se já é difícil entender as que conhecemos a anos e nos surpreendemos com suas reações o que dirá daquelas que não possuem compromisso conosco!

A grande verdade é que vivemos em um tempo em que as pessoas estão cada vez mais exclusivistas, só pensam em si, e, pra conseguirem o que querem não pensam duas vezes em passar os outros pra trás. Sendo assim, se faz necessário estar, no mínimo, atento pra não ser o enganado.


De qualquer forma o competente sempre prosseguirá independente das adversidades que encontre, aopasso que o medíocre, também, continuará a sê-lo. Por isso que devemos estar preparados e 
fortalecidos 
internamente pra enfrentar 
este tipo de gente perversa cujo únicoobjetivo é te deixar pra baixo, te,humilhar e te desestabilizar pra, assim, sentir-se realizado.


Raniery
raniery.monteiro@gmail.com

Comentários

  1. O assediador sempre procura te desestabilizar o mais rápido possível para que ele possa continuar com a sua ânsia de poder sem ter nenhuma pedra no seu caminho. A partir do momento que ele encontra resistência ele também se desestabiliza. É difícil para aquele que é assediado resistir, queira ou não o seu sistema nervoso vai sendo prejudicado, mais alguns, como eu, preferi reagir em detrimento a minha própria saúde, pois na minha ausência ele teria muito mais espaço para prejudicar a mim e a outras pessoas, pois poucos tem a coragem de enfrentar o assediador de frente, mostrar os seus erros, denunciar o assédio na empresa, na mídia e nos órgãos competentes. Me lembro de certo momento quando o assediador me chamou na sua sala para mais uma repreenda por não concordar com um dos seus atos. Sabedor que seria alvo de mais um assédio, compareci acompanhado de outro empregado. Quando ele viu com outra pessoa na sala mandou imediatamente que essa pessoa saísse, foi aí que eu lhe disse que o meu acompanhante não iria sair, se ele saísse eu saíria juntos, pois tinha medo de ficar sozinho. Ele ficou atônico e não sabia o que fazer.

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  2. Com certeza o confronto é uma das piores coisas pra quem está debaixo de assédio, até por quê ninguém, dentro de um estado de normalidade, sai de casa pra brigar ou desacatar seu chefe. O que se quer é exercer suas funções dentro do binômio direito/dever, mas o assédio moral é a exata ruptura deste estado de equilíbrio. Conflitos, competições, fofoca faz parte da natureza humana em qualquer lugar do planeta; questiona-se aqui uma situação atípica que extrapola qualquer noção de bom senso. Sabemos que o agressor não visa a disciplina, mas dar vazão a seu sadismo inato, chegando a saturar a vítima que, se não se defender, será prejudicada. O melhor caminho seria resolver as diferenças pelo diálogo, porém o ego do agressor não lhe autoriza a fazer isso. Daí por quê a vítima se rebelar e nem sempre obter sucesso, mas as coisas têm mudado e começam a surgir cada vez mais casos onde se dá a volta por cima diante destas violências.

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