Desde as origens da economia (alguns milhares de anos atrás) existem, na vida das pessoas e no mundo dos negócios, "golpistas" que se dedicam a por em prática vários tipos de fraudes, armadilhas, sistemas e esquemas para enganar e roubar o próximo.
O código de Hammurabi (aproximadamente 1750 A.C.), um dos mais antigos conjuntos de leis já encontrados, define vários casos de fraudes e suas punições.
Pesquisas recentes descobriram, também, que antigos egípcios, por volta de 500 A.C., fraudavam ricos e nobres vendendo falsos gatos e outros animais sagrados embalsamados para suas cerimônias fúnebres ... as múmias de animais fraudulentas, na realidade, continham somente gravetos e algodão, em alguns casos continham também pedaços de ossos de outros animais.
Teoria Geral da Fraude e Fatores Psicológicos
Como acontece na maioria dos crimes, as fraudes podem ser explicadas pela coexistência de três fatores primários:
1 - A existência de golpistas motivados.
2 - A disponibilidade de vítimas adequadas e vulneráveis.
3 - A ausência de regras, "guardas" ou controladores eficazes.
No caso específico do Brasil (mas podem acreditar que vale, por uma razão ou outra, também para muitos outros países, inclusive os mais ricos) isso se concretiza, gerando um ambiente propício as fraudes, principalmente em função dos seguintes fatores e condições concomitantes:
1 - Existência de Golpistas Motivados: carência de alternativas para determinadas classes sociais, ineficiência das leis, incerteza da pena, incerteza jurídica, sistema financeiro evoluído, existência de inúmeras oportunidades, pouca fiscalização, pouca organização das autoridades em nível nacional, desrespeito as leis encarado como comportamento comum (inclusive em função dos exemplos em nível de governo).
2 - Disponibilidade de vítimas adequadas e vulneráveis: pouca informação e divulgação preventivas, necessidade em muitos setores (capital nas empresas, crédito nas classes baixas...), ignorância e ingenuidade difusas, ganância come valor cultural difuso, desrespeito as leis encarado como comportamento comum (inclusive em função dos exemplos em nível de governo).
3 - Ausência de regras, "guardas" ou controladores eficazes: percepção do problema como não prioritário, despreparo e pouco treinamento específico das autoridades de polícia, escassa coordenação em nível nacional de ações contra fraudadores, falta de leis específicas e pouca clareza em algumas das existentes, falta de organismos dedicados à luta contra estes fenômenos.
Alavancas
Um princípio básico e muito freqüente na elaboração de uma fraude é desfrutar a ganância das pessoas que sonham em obter muito dinheiro (ou outras vantagens) sem os correspondentes esforços e riscos. Esta é uma equação que infelizmente não existe, a não ser para os ganhadores de loterias. Estes últimos, aliás, estão sujeitos a um risco elevadíssimo sendo que numa loteria você troca uma perda total muito provável (o preço do bilhete) por uma possibilidade muito remota de ganhar um valor elevado (o prêmio).
Uma exceção são as fraudes tecnológicas onde o que se desfruta são, sobretudo, os escassos conhecimentos técnicos da pessoa média. Um caso típico é representado por boa parte das várias fraudes através da internet, nas quais se captam dados sigilosos das vítimas (para depois usá-los em fraudes ou roubos) desfrutando do pouco conhecimento tecnológico das mesmas ou de outras armadilhas tecnológicas. Outros exemplos se encontram nas fraudes envolvendo cartões de crédito.
Existem ainda algumas outras "alavancas" psicológicas ou "fraquezas" das vítimas que são exploradas e aproveitadas pelos golpistas na elaboração de seus esquemas.
Em síntese as principais alavancas sobre as vítimas, usadas pelos fraudadores são:
1 - Ganância e Vontade de fazer "Dinheiro Fácil".
2 - Ignorância (Tecnológica, Operacional, Legal, Comercial etc...).
3 - Gostinho do "Ilegal" e do "Proibido".
4 - Gostinho do "Misterioso" e do "Exclusivo" ou "Inédito".
5 - Irracionalidade e tendência a negar as evidências para perseguir um sonho.
6 - Ingenuidade, Credulidade e Escassa Atenção.
7 - Necessidade e Outras Pressões/Urgências.
Todas as fraudes são baseadas no aproveitamento sem escrúpulos de uma ou mais destas freqüentes "características" ou "condições" humanas.
Técnicas e Fatores Psicológicos
Segundo alguns psicólogos e espertos internacionais, e eu compartilho esta visão, outros importantes fatores psicológicos e técnicas utilizadas pelos golpistas são:
1 - Reciprocidade. É a teoria que diz que se eu fizer algo para você, você irá se sentir obrigado a fazer algo para mim. O golpista se apresentará como muito prestativo e pronto a ajudar em tudo para que a vítima fique lhe "devendo uma" e assim tenha mais dificuldade em dizer um "não".
2 - Escassez. Sobretudo a falta de tempo para decidir (alegando que uma determinada oportunidade é por tempo muito limitado ou que tem algum prazo a ser respeitado) é um fator muito usado para pressionar vítimas. Mas também existem fraudes envolvendo "limites" de vagas, de montates disponíveis para financiamentos, de produtos em promoção...
3 - Autoridade. Muitas pessoas ficam cegas quando pensam estarem lidando com autoridades. Por isso os golpistas muitas vezes alegam serem ligados a órgãos ou entidades públicas que lhe confeririam poder, ou se apresentam com cargos altissonantes.
4 - Fixação em fantasias. Esta tática visa fazer com que a vítima fique tão fixada em um determinado fantástico "prêmio" ou benefício que acabe perdendo a capacidade de pensar objetivamente. Por isso o golpista insistirá em evidenciar e concentrar a atenção sobre os supostos grandes benefícios que esperam a vítima.
Muito interessante, neste sentido, o conceito de "miopia em face do desastre" que vi definido pelo economista Andrew G. Haldane, diretor do Banco da Inglaterra, num estudo sobre a crise internacional em 02/2009, e mencionado por Maílson da Nóbrega na revista Veja de 11/03/2009. Representa a propensão humana a subestimar a probabilidade de eventos adversos, especialmente do tipo ocorrido no passado ou em situações distantes.
5 - Prova social. Muitos golpistas alegam (sem porém fornecer provas convincentes) que o que eles estão propondo já foi feito por muitas pessoas ou empresas, criando assim a idéia implícita que a coisa deve ser boa se tantos assim a fizeram supostamente com sucesso.
6 - Semelhança e simpatia. Alguns golpistas tentam saber mais sobre as próprias vítimas, antes do primeiro encontro, para ter uma chance de criar um sentimento ou clima de amizade e/ou semelhança. O objetivo é de transformar a relação de "formal" para "entre amigos" pois é mais dificil recusar a proposta de um amigo.
7 - Terceirização de credibilidade. Outra técnica muito utilizada consiste em convencer primeiro alguma pessoa com credibilidade (freqüentemente um profissional respeitado), eventualmente mentindo e sempre sem aplicar o golpe nele, mas tentando fazer com que ele acredite que se trate uma coisa boa. Aí este terceiro virará garoto propaganda dos golpistas e as vítimas acreditarão mais facilmente nas conversas destes por serem apresentados/referenciados por aquela pessoa "confiável".
8 - Autenticação por associação. Consiste em fazer algo parecer autêntico, mesmo não o sendo, através da associação ou apresentação conjunta com outros elementos confiáveis ou comprovadamente autênticos. Isso vale por exemplo para um documento falso que, quando apresentado em conjunto com outros documentos verdadeiros e confiáveis, pode acabar sendo aceito como também autêntico. Ou um testemunho ou uma informação falsa, que, quando misturada ou apresentada em associação a outras informações verdadeiras, confiáveis e confirmadas, pode vir a adquirir status de “verdadeira”. Os contra-espiões de todas as épocas sempre misturaram várias informações verdadeiras com algumas falsas, para que estas ultimas fossem aceitas e assim atingissem seus objetivos.
Uma outra estratégia psicológica recorrentemente desfrutada nas fraudes é o "Envolvimento da vítima por Etapas Sucessivas", cada uma comportando um modesto investimento (em tempo, ações, contatos, viagens, dinheiro, imagem, referências, comprometimentos etc...) por parte da vítima.
Isso porque quem já investiu alguma coisa sempre estará muito mais disposto a continuar no jogo para não perder o que já investiu, mesmo se e quando aparecerem, no caminho, situações duvidosas, maiores investimentos a fazer, nova exigências ou novos obstáculos a superar. Portanto os golpistas mais habilidosos nunca pedirão dinheiro no início ... eles apresentarão boas oportunidades e facilidades, vislubrarão grandes benefícios e farão com que você invista tempo e dinheiro no negócio, por exemplo pedindo que você os visite no exterior ou que você faça alguma coisa no seu país que comportará tempo e custos (mas que deixará você tranqüilo sobre as intenções deles por não serem custos destinados a eles).
A seguir um esquema sintético das etapas num clássico processo de fraude:
A importância das Informações
O economista Steven Levitt, no seu celebre livro "Freakonomics", expõe de forma bem clara e coordenada alguns outros interessantes conceitos e fatos:
1) A assimetria das informações, é a situação na qual uma parte (normalmente um "especialista") detém informações relevantes que a outra parte não tem, e usa estas informações em sua vantagem. Em alguns casos a assimetria de informações é resultado da simples sonegação de informações relevantes por parte do "especialista".
2) A assimetria das informações pode ser usada (e freqüentemente o é) para gerar pressão na parte menos informada, normalmente através do uso de várias formas de "medo" ou insegurança.
3) Na base de boa parte das fraudes existe uma situação de assimetria de informações onde o golpista detém informações relevantes que a vítima não tem (e infelizmente não busca, por ingenuidade, ganância, necessidade etc...), e se aproveita desta posição de superioridade para aplicar o golpe.
Esta última afirmação é muito interessante e com certeza compartilhável, levando obviamente em conta que o conceito de "assimetria de informações" deve ser interpretado de forma bem ampla e flexível.
É um fato indiscutível que quem está melhor informado mantém uma vantagem estratégica considerável sobre seus adversários. O General Sun Tsu, na China de 2500 anos atrás, já sabia disso e por isso recomendava o uso extensivo de espiões para coletar sistematicamente maiores e melhores informações sobre o inimigo, antes de enfrenta-lo. Todos os grandes estrategistas depois dele também aplicaram este conceito de base. Julius César, Saladino, Maquiavel, Napoleão ... todos eles desenvolveram seus sistemas para conseguir estar sempre um passo a frente dos adversários no que dizia respeito as informações possuídas.
No caso dos golpistas não é diferente, os bons golpistas sempre procuram saber tudo o possível sobre sua vítimas, de preferência sem que estas percebam. Também costumam ser bem informados nos assuntos que irão enfrentar conversando com as vítimas, de maneira a manter permanentemente uma superioridade estratégica que lhe facilite alcançar seus objetivos.
Qual é uma das melhores armas que as potenciais vítimas tem para se defender desta estratégia ? Obviamente fazer o mesmo, ou seja se informar e verificar tudo o que for proposto e conversado em encontros com pessoas desconhecidas. Aprofundar os assuntos, verificar as referências e não acreditar em qualquer pessoa, afirmação ou proposta somente porque parece "verdadeira". Tente sempre eliminar a "assimetria das informações" a favor dos golpistas, e enfrentar qualquer situação numa condição de, no mínimo, "paridade de informações".
Este site: www.fraudes.org nasceu justamente da profunda convicção, por parte do autor, da importância fundamental da prevenção e em particular da função essencial da informação preventiva, disponível e difusa, como melhor arma contra os golpes.raniery.monteiro@gmail.com
@Mentesalertas
Esse é um dos e-mails mais verdadeiros que recebi, por isso compartilho com você.
ResponderExcluirEstá Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arrruda? do Sarney? do Collor? do Renan? do Palocci? do Delubio? Da Roseanne Sarney? Dos políticos distritais de Brasilia? do Jucá? do Kassab? dos mais 300 picaretas do Congresso?
Brasileiro reclama de quê?
O Brasileiro é assim:
A- Coloca nome em trabalho que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.
1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
7. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
8. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
9. - Viola a lei do silêncio.
10. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
11. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
12. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
13. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
14. - Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
15. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
16. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
17. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
18. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
19. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
20. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
21.. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.
22. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
23. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
24. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
25. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
26. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
27. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
28. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
29. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
Carteira de estudante para pagar meia entrada.
30. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
31. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
E quer que os políticos sejam honestos....
Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?
E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!
Vamos dar o bom exemplo!
Espalhe essa idéia!
"Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos...."
Colhemos o que plantamos! A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes.
Concordo plenamente que a mudança deva começar em nós, mas quem é obrigado a andar somente pelo que a lei determina não pode utilizar como desculpa comportamentos inadequados e culturais do cidadão comum, afinal, o exemplo vem de cima.
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