Fica evidente o total despreparo deste tipo de gestão (se é que se pode usar este termo) que não consegue conduzir o grupo por sua crônica falta de moral, e, então, manifesta insegurança diante de seus subordinados, daí seu constante estado de defesa que o faz atacar motivado por uma paranóia que o consome.
É óbvio que estamos falando de grupos de pessoas heterogênias que possuem características e personalidades próprias e que se comunicam e se manifestam, isto é, reagem ao seu meio, de forma igualmente específica. É daí que se utiliza o termo subjetividade para descrever as relações humanas em todos os níveis, entre eles, os corporativos.
Em ambientes perversos infestados de tiraninhos fica claro que, ou se acata os absurdos de seus caprichos, ou atrairá a fúria infantil do contrariado chefezinho. Pronto, já temos o suficiente para iniciar um processo implacável de perseguição e humilhação com a intenção de punir o desaforado empregado que ousou questionar. A partir de agora o insubmisso saberá quem dá as cartas e terá que pedir demissão ou será demitido injustificadamente.
O trabalhador foi contratado para obedecer e não para pensar, são os discursos dos ditadorzinhos de plantão, afinal de contas, “quem pensam que são” para insinuar que o chefe erra, afinal seres tão superiores, com tantos anos de empresa são infalíveis e não podem ser questionados sob hipótese alguma, pois em sua evolução chegaram ao ponto máximo do perfeito.
Nesses ambientes, os cargos são cedidos por
amizades, favores sexuais, servilismos, fraudes, corrupção e invariavelmente quase nunca por mérito. É razoável pensar então que qualquer um que tiver um mínimo de qualificação passa a ser uma ameaça ao incompetente. Diante disso é preciso que alguém faça o trabalho daqueles que não estão aptos para que não se chame a atenção para o fato. E, se houver negativa? Ora, pune-se de forma rigorosa para que sob coação e ameaça se consiga o que quer. A conclusão é que determinados processos de terror psicológico estão ligados a fraudes.
Por tudo isso é que se diz que o assédio moral é um verdadeiro atentado contra a dignidade psíquica da pessoa humana caracterizado por condutas abusivas, de natureza psicológica, em muitos casos de forma repetitiva e prolongada até que a pessoa cesse qualquer resistência.
O agressor é um covarde por excelência e como não possui consciência não se constrange por isso e lança mão de todo tipo de ardil que desestabilize ou vulnerabilize o trabalhador que vê aos poucos sua autoestima demolir passando a fornecer as condições que justifiquem as mentiras que lhe são imputadas. Desmotivado acaba desistindo de fazer o que se deve, pois de qualquer forma será criticado e menosprezado. Isso permite que o agressor utilize seu desânimo contra ele. É a coisificação do ser humano.
Como o narcisismo é tão marcante quanto sua covardia, a união das duas falhas de caráter proporciona o surgimento de um ser que é a instabilidade encarnada. Não precisa ser muito esperto para deduzir que é impossível agradar o tal imperadorzinho desajustado. Desajuste este derivado talvez de modelos de administração ultrapassados e arcaicos que se esclerosaram com o tempo e que não traduzem novos modelos de eficiência atuais, sobretudo no competitivo mundo da atualidade.
Chamo-lhe a atenção para o fato de que não estamos falando aqui de revolucionar o mundo gerencial e adotar medidas inovadoras como as que a Google ou o Facebook adotam, pois estaríamos falando de uma nova geração muito mais evoluída que tem uma visão muito mais avançada, mas somente de se adotar o bom senso e seguir aquilo que a própria Constituição determina para o direito de propriedade onde declara que as empresas têm uma função social e dentro deste contexto o direito ao trabalho digno. O que se está falando é de respeito mesmo ao ser humano e ás relações de trabalho. Sequer aqui se está pleiteando algo novo, muito pelo contrário, o que se quer é o simples, isto é uma relação de subordinação regulada por força de contrato onde os dois lados possuem direitos e deveres que se manifestam equilibradamente.
Fica claro que o assédio moral não traduz uma circunstância de equilíbrio, mas de abuso onde o trabalhador que frente a empresa é hipossuficiente é a parte mais frágil dessa relação. Não há que se discutir do poder potestativo do empregador, mas este não se confunde com autorizamento para humilhar e pisotear sua força de trabalho. Ademais desconheço qualquer ambiente que se adote esta forma de motivação bizarra que obtenha resultados melhores do que outros que permitam o pleno desenvolvimento de seus profissionais.
Mas, como dito supra se em determinada empresa há a cultura do assédio moral, isto significa que é uma tradução da própria personalidade daquele local que então precisa sentir a força do Estado em ações ou denúncias que os obrigue a se
ajustar.
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Raniery
O Líder |
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raniery.monteiro@gmail.com
São inúmeros textos mesmo! O importante, na realidade, é estar atento e prestar atenção aos sinais de intenções e isso independe se do outro lado há um psicopata ou não, aliás, do psicopata sabemos o que esperar, mas quantas vezes nós mesmos agimos de forma inadequada e decepcionamos as pessoas, não é? A diferença está na consciência, pois quem tem se envergonha do que fez de errado enquanto quem não tem prossegue disseminando o mal pela vida afora.
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