Dizer que o medo de perder o emprego é o fator principal para que alguém se submeta a um assediador moral não é avaliar com precisão tudo o que ocorre por trás deste tipo de violência psicológica.
Tanto patrões quanto chefezinhos que se utiliza de mecanismos perversos e insidiosos para alimentar seus egos e controlar pessoas, na realidade criam uma prisão psicológica na mente delas com o objetivo de inibir qualquer reação de defesa por parte das mesmas.
Para manter o controle e poder sobre os outros, lançam mão de manobras que, de início, aparentam ser irrelevantes, mas que através de um processo gradativo aumentam em violência na medida em que o empregado resiste.
Esses procedimentos assemelham-se às armadilhas do tipo usadas em campos de concentração ou em regimes totalitários.
Obedecem a etapas e objetivos determinados:
· Em primeiro lugar: retirar qualquer senso crítico, capacidade de formular juízo ou avaliação lógica.
Objetivo: criar confusão mental e emocional para que não se saiba mais quem tem razão.
· Em seguida: estressar, crivar de críticas e censuras, vigiar e até cronometrar.
Objetivo: fazer com que a pessoa sinta-se seguidamente sem saber como agir.
· Acima de tudo, nunca dizer nada que possa permitir-lhe compreender o que está acontecendo.
Objetivo: obviamente que é o de impedir qualquer esboço de reação.
· Conseqüência: o empregado sente-se acuado ou acossado. Acaba por resignar-se a ponto de sequer se defender e concluir que o que se passa é inadmissível.
Não importa como tudo começou ou mesmo quem são os agressores, pois os procedimentos são os mesmos.
Não se menciona o problema, mas age-se de maneira insidiosa para eliminar a pessoa em vez de encontrar uma solução.
Esse processo é ampliado pelo grupo que é chamado como testemunha ou participante, através de membros aduladores que são porta-vozes dos manipuladores, que se utiliza de fofocas ou até mesmo de redes sociais criadas com uma fachada de interesse coletivo, mas que na realidade servem como sistema de monitoramento e controle da liberdade de pensamento e opinião.
Raniery
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