Na ensolarada Venice Beach, Califórnia, a história do rock começa a mudar para sempre quando um jovem e inexperiente fã chamado Jables (Jack Black) conhece um sujeito preguiçoso de nome KG (Kyle Gass). Os dois se tornam amigos quase instantaneamente e juntos formam a sua própria banda, o “Tenacious D.” apesar de ter apenas dois integrantes, o título de "maior banda de rock do mundo" se torna a sua maior obsessão. E para transformar o seu sonho em realidade, eles precisam obter o item supremo: uma palheta de guitarra mágica que é mantida em segurança num imponente museu do rock & roll.
Tal como os dois bobalhões, existe muita gente por aí que vive na irrealidade e fantasia de mentes obscurecidas pelo fascínio e torpor de promessas vazias. Acreditam naquilo que não é de verdade e se deixam levar por falsas aparências. Perceba que não estou falando de objetivos e sonhos reais, ainda que grandiosos, mas de pensamentos aleatórios que se deixam levar por devaneios insanos.
Você pode estar pensando que isto só ocorre nestes tipos de filmes e que por ser uma comédia não retrata a realidade do dia a dia. Muito pelo contrário, tem gente que “viaja na maionese” e torna-se presa fácil de inescrupulosos que estão por aí farejando algum delirante pra poder capturar. Aliás, tem um monte de Beelzeboss por aí acreditando que é o todo poderoso, senhor do destino e da vida das pessoas.
Curiosamente, há um tipo de gente que tem uma mórbida necessidade de se subjugar e de ser pisoteada por estas caricaturas ambulantes. Acreditam em qualquer coisa que se lhes diga e se deixam induzir até mesmo pelo mais absurdo dos “argumentos”. São manipuláveis e de fácil condução. Não possuem amor próprio e se deixam servir de capacho pra todo tipo de megalomaníaco.
Estas criaturas narcisistas, vindas não sei de onde, projetam uma imagem de superioridade com carrancas e linguagens corporais as mais estranhas achando que com isso se tornarão importantes ou imponentes. Precisam deste artifício pra esconder a verdadeira realidade: sua mediocridade e vazios existenciais.
Quem vê de fora e por alto acaba por acreditar que possuem alguma autoridade, mas não sabem que estão lá justamente porque em determinado momento se venderam ou lamberam os pés de alguém, portanto, não possuem o verdadeiro pré requisito pra exercerem aquele papel: a competência.
Vociferam, ameaçam, urram, e, pela demonstração teatral até convencem os mais desprovidos intelectualmente, mas não passa de um ritual ensaiado e por dentro estão tão inseguros que chegam a borrar as calças caso não estejam certos de que convenceram a platéia.
Por outro lado não podemos esquecer dos delirantes que acreditam que conseguiram descobrir a grande sacada que os fará ascender na vida. Apegam-se às lendas ou realizam pactos com demônios de quinta categoria que no final das contas são tão ou mais frágeis que eles. O mais interessante é vê- los desfilando como conquistadores romanos adentrando os muros da fortaleza; é hilário. Estas “crianças” acreditam mesmo em fantasias de uma ingenuidade e tolice ímpares.
Mas, o mundo da realidade não é assim. E o final deste filme, muitos de nós já vimos. Não tem como se envolver com determinadas pessoas sem ir pro buraco com elas. É da relação e está implícito. Pode até demorar e dar uma sensação de que nada ocorrerá, mas quando “a casa cai”, é uma vez só. Sem chance de se desvencilhar.
Ora, todo mundo sabe que quanto mais se cava um buraco mais fundo se enterra, mas estes espertos, não. Desafiam a lógica e o bom senso, mesmo sabendo que isso não é possível, e, pra se sentirem seguros racionalizam idéias absurdas pra explicarem seus motivos.
Incrivelmente acreditam que são amados por quem os trata como objetos de descarte. Confiam suas vidas em víboras traiçoeiras e se espõem a todo tipo de peçonha destes. No fim, acabam num inferno astral do qual não havia a menor necessidade de se estar.
Da mesma forma que seus proprietários, os servis, por seu fanatismo (fãs) acabam por mimetizá-los e adquirem seus trejeitos e falhas de caráter. Tornam-se pequenos mini-bobos que possuem o mesmo grau de confiança daqueles. Não à toa, são seus olhos e ouvidos por toda a parte e se sentem recompensados por poderem servir ao seu senhor fazendo seus trabalhos sujos.
Este é o mundo das fantasias delirantes de gente que tem preguiça de conquistar a coisas pelo esforço e mérito. Se esquecem que nada se conquista pelo vácuo. É preciso oferecer ao universo pelo menos uma semente pra que seja germinada e isto requer energia positiva. Pedir ajuda ao divino é importante, mas achar que este é uma espécie de gênio da lâmpada e que não terá que fazer nada é de uma idiotice significativa. Da mesma forma que acreditar que tirar algo de algum lugar sem que isto lhe seja devolvido, ou melhor, retirado é igualmente imbecil.
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