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Não Tenha Pena De Si Mesmo

Talvez, um dos maiores problemas de quem passa por um processo de assédio moral seja o de não conseguir sair do ciclo de vitimização. Evidentemente que não é nada fácil vivenciar esta experiência desagradável, pois cria uma condição de desestabilização emocional característica.

No entanto, passado o primeiro impacto, deve-se reconstruir a vida e seguir adiante. Acontece que esta é uma tarefa das mais árduas, ainda mais, se no decurso do processo se adquiriu alguma doença emocional e, na verdade, fica um saldo traumático.

Ocorre que a vida exige que nos reestruturemos, nos levantemos, sacudamos à poeira e sigamos “adelante”. Ainda que tenhamos que conviver com os impulsos de nosso inconsciente, é o que temos que fazer.

Confesso que enquanto escrevo, faço uma introspecção para encontrar meios de superar de vez os resquícios que ainda ficaram, até porque, como é de minha opinião, os assediadores crônicos não mudam e, por força das circunstâncias ainda convivo com eles.

Por outro lado, melhorei muito e, em todos os sentidos, pois me vejo mais maduro e entendo que saí fortalecido de tudo isso. Enquanto os assediadores continuam sua vida patética amarrada aos seus distúrbios, mais parecendo aqueles brinquedinhos de bate-e-volta.

Mas, como eu não tenho o menor interesse na vida eles devo cuidar da minha. E é exatamente o que venho fazendo. Como disse, não posso mudar os outros, então, mudo eu. E é exatamente o que venho sendo desafiado nesses dias promovendo e elencando determinadas prioridades e estabelecendo específicos objetivos, para que desta forma, me energize e retome uma motivação mais saudável e holística.

Tem coisas que não possuem um manual ou receita, ou melhor, tem sim, e está dentro de nós, em nossa capacidade de superação, resiliência e espírito empreendedor, pois é na inovação diante das adversidades e crises que se encontra soluções antes ignoradas, pois por trás de cada situação há padrões invisíveis de oportunidades que se detectados podem ser a chave que abrirá portas melhores que aquelas onde se deram os problemas.

Pensando bem, é no problema que crescemos e evoluímos nos tornando mais cônscios de nosso próprio potencial. Se viver e prosseguir são as opções que temos então que seja em grande estilo e grandiosidade.

E diante destas questões realmente padrões começaram a emergir sendo que um deles se deu exatamente no momento em que decidi que não ficaria alimentando  ansiedades e nem me intimidaria com os agressores.

De fato, foi uma decisão acertada, pois esta mudança de energia produziu o desencadeamento de outras tantas circunstância favoráveis e o jogo começou a virar. Portanto, ao que parece, foi no momento que decidi não me ver como vítima, sem deixar a consciência do fato jurídico em questão, que passei a devolver aquela energia negativa que me era emitida.

Tudo se resolveu? Não, evidentemente, mas  ganhou novos e outros contornos que ao fim de seu ciclo transformará a realidade e permitirá que novas e melhores combinações aconteçam. Foi a partir desta panaorâmica e nova visão da realidade que descobri um padrão novo que se desenvolveu em mim e que por uma ironia, ou um paradoxo fora desencadeado pelos agressores.

No fim das contas, e para o desgosto deles , a natureza fez a compensação para produzir o equilíbrio e surgiram determinadas características e qualidades que eu sequer sabia que estavam lá.

Então, se em algum momento alguém for submetido a um processo de assédio moral ou, se, já está nele, não se permita afundar na autocomiseração, mas entenda que é vítima, sim, no que diz respeito à ilicitude do ato e tome as medidas cabíveis, porém não alimente um sentimento mórbido de sentir pena de si mesmo para mostrar aos outros a injustiça que lhe cometeram.


Lembre-se: há um motivo para que você ande em pé e tenha seus olhos voltados para frente. Siga o curso.
Raniery

raniery.monteiro@gmail.com

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