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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Assédio moral: a indústria que banaliza a vida

Espertalhão Dia desses estava pesquisando alguns artigos e matérias pra abordar aqui, quando me deparei com o título de um deles que afirmava que estavam banalizando ações sobre assédio moral. De imediato me coloquei a lê-lo.  Uma leitura superficial induziria o leitor mais desatento a acreditar que há um complô contra os “empregadores”, pois, segundo as afirmações do autor, a maioria dos processos que tramitam nos fóruns trabalhistas é composta de gente mal intencionada, de uma capacidade maquiavélica, capaz de enganar nossos magistrados.  Na construção de tal artigo o advogado usava e abusava de generalizações superlativas quando queria traçar um perfil negativo dos litigantes- que afirma ser a em sua maioria composta de trabalhadores desonestos e oportunistas. Fiquei perplexo ao tentar entender como seria possível o sistema judiciário ter tantos operadores do Direito ingênuos ou despreparados a ponto de qualquer um ser capaz de enganá-los com supostas histórias de assédio mor

Circo de horrores

Segundo a OIT, é garantido ao trabalhador o direito ao “trabalho descente”, isto é, aquele que considere o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, pressuposto sobre o qual todo o trabalho humano deve se estruturar na efetiva garantia deste que é o princípio mais relevante na ordem jurídica brasileira. “O princípio da dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil, como prevê o artigo 1º, inciso III, da Constituição”, observa a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho, “exprime a primazia da pessoa humana sobre o Estado, aplicando-se ao Direito do Trabalho, significa a prioridade do trabalhador frente à empresa.  É necessário defender a aplicação deste princípio como valor-fonte fundamental do Direito do Trabalho no combate ao assédio moral. É possível citar também o direito à saúde, mais especificamente à saúde mental, abrangida na proteção conferida pelo artigo 6º, e o direito à honra, previsto no artig

Vencendo a Vida

Assisti Invictus. Gostaria que você e muito mais pessoas tivessem o interesse e a oportunidade de também ver este filme, um belíssimo espetáculo de lição de vida diante das variadas ofertas nas redes de cinema. Vale o esforço. É claro que não vou contar o roteiro, muito menos falar dos planos de filmagem. Sou um apaixonado por cinema. Até penso em fazer o curso de cinema da UFF (Universidade Federal Fluminense/RJ) no futuro. Por enquanto, deleito-me com certas produções, merecedoras não só de boa bilheteria, admiração do público, prêmios, mas também de artigos disparados mundo afora, como este aqui. Não tenho como não falar de Clint Eastwood que, mais uma vez, dá provas de sua extrema habilidade, ao dirigir este 32º longa de sua carreira como diretor.  Aliás, Invictus é também o oitavo trabalho de Eastwood com o músico Kyle, seu filho. Baseado no livro de John Carlin, foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Direção (Clint Eastwood), Ator (Morgan Freeman) e Ator Coadjuvante (Matt Da

Crise ou oportunidade?

Um filósofo passeava por uma floresta com um discípulo, conversando sobre a importância dos encontros inesperados. De acordo com o mestre, tudo que está diante de nós nos oferece uma chance de aprender ou ensinar. Quando cruzavam a porteira de um sítio que, embora muito bem localizado, tinha uma aparência miserável, o discípulo comentou: - O senhor tem razão. Veja este lugar… Acabo de aprender que muita gente está no paraíso, mas não se dá conta disso e continua a viver em condições miseráveis. - Eu disse aprender e ensinar – retrucou o mestre. Constatar o que acontece não basta; é preciso verificar as causas, pois só entendemos o mundo quando entendemos as causas. Bateram à porta da casa e foram recebidos pelos moradores: um casal, três filhos, todos com as roupas sujas e rasgadas. - O senhor está no meio desta floresta, não há nenhum comércio nas redondezas – observou o mestre ao pai de família. Como sobrevivem aqui? E o homem, calmamente, respondeu. - Meu amigo, nós temos uma vaqui

Técnicas de assédio moral

Técnica é um procedimento que tem como objetivo a obtenção de um determinado resultado. Sendo assim, se aplicarmos a definição acima à prática do assédio moral, veremos que o agressor também possui um conjunto de técnicas que se sofisticam a medida que o desajustado ganha experiência. A técnica supõe que, em situações semelhantes, uma mesma conduta ou um mesmo procedimento produzirão o mesmo efeito. No caso das ações de agressão psicológica, significa dizer que o assediador apresenta um padrão comportamental violador identificável e responsabilizável.  O fator intenção entra em jogo nestas relações assimétricas. O assediador sabe o que está fazendo, tem noção de que é errado, mas mesmo assim decide optar pelo dano à vítima.  Toda agressão conta com o medo de quem é agredido para que possa subjugá- lo, neutralizá- lo e destruí- lo. Daí utilizar de mecanismos covardes, isto é, que não permitam a menor chance de defesa ou o equilíbrio no conflito.  Observei, em conversas com inúmera