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Mostrando postagens de setembro, 2012

Esgotamento estranhado

A vida nos grandes centros urbanos é desgastante por conta do ritmo alucinante e estressante que exige de nós cada vez mais em termos de tempo e atividade. É por conta de nosso natural desejo de progredir e ter, ou melhor, consumir, somado às nossas necessidades que, então, trabalhamos, cada vez mais, abrindo mão de coisas que nos são importantes, a despeito de sua simplicidade, como, por exemplo, relaxar, curtir a família, etc. É desse ritmo que se derivam inúmeros transtornos de ordem emocional que acabamos por desenvolver. No filme “Space office” ( “Como enlouquecer seu chefe”- versão brasileira) Peter Gibbons (Ron Livingston) é um programador de computadores que se sente muito infeliz no emprego. Após uma sessão de hipnose seu comportamento muda e ele se rebela. Porém, à medida que se insurge chama a atenção de seus gestores, que lhe promovem em pleno período de demissões. Porém, isso não é suficiente para deixá-lo feliz. O filme trata da temática do proletariado que v

Assédio moral: conheça e vença

Conhecereis a verdade e ela vos libertará proclamou o mestre nazareno aos seus discípulos milhares de anos atrás. E isso não mudou. Que dirá, se tratarmos de um assunto tão antigo quanto as palavras de sabedoria do mestre dos cristãos: o assédio moral. Afirmar que é um problema crônico e social não é exagerar tendo em vista que é um fenômeno que vem sendo estudada de forma exaustiva por especialistas nas mais diversas áreas como a médica, jurídica, psicológica, recursos humanos etc. O resultado das pesquisas aponta para os efeitos prejudiciais que este tipo de violência acarreta em pessoas do mundo inteiro. Os processos da globalização, competição acirrada, crises financeiras que afetam os países são apontados como justificativas para massacrar e aterrorizar trabalhadores, mundo afora, sob a ameaça do desemprego. Até questões raciais, de origem xenofóbicas, acabam emergindo diante de tais crises. Pode-se falar em terror psicológico, se bem que silencioso, e, talvez, mais

Mentes que assediam

É discurso comum dizer que as leis possuem muitas brechas dando a entender que o Direito se esgota nas leis e não que estas são apenas uma de suas fontes. Na realidade o Direito cobre todas as ações humanas disciplinando-as não deixando os ditos direitos subjetivos somente nas mãos dos legisladores. Sendo assim, os princípios do Direito, a jurisprudência, os costumes etc. somarão ao todo para proteger valores que não podem ser negligenciados. Posto isso, pode-se dizer que o assédio moral não encontra legislação vigente que o regule na esfera federal, mas nem por isso não será objeto de avaliação jurisdicional que o interpretará por analogia levando em conta os princípios dos diversos diplomas legais que a despeito de parecerem atuar em separado mantêm uma unidade harmônica, sobretudo no que diz respeito à lei maior e norteadora que é a Constituição Federal. Se prestarmos atenção no que é o assédio moral, logo chegaremos à conclusão de que ele contém em si características que

Engrenagem perversa

Desde que nascemos nos é ensinado por nossos pais como devemos nos comportar, e, à medida que crescemos isso é feito pelo próprio meio que nos cerca, através da escola, dos amigos e assim nos integramos à sociedade. Chamamos isso de cultura. Via de regra, esse conjunto de manifestações comportamentais atende bem ao quesito interação, sem maiores problemas. Os conflitos compõem todo essa complexidade de interações nos chamados choques de personalidade, mas sem maiores transtornos. Por outro lado, encontramos distorções desse tipo de interação quando pessoas decidem, por algum motivo qualquer, elevar o nível dos conflitos à outra categoria que apontará um tipo de comportamento classificado como cruel e perverso. Isto acontece pela identificação da intencionalidade por trás da manifestação comportamental: o dolo. Diferentemente do conflito, que é episódico, o assédio psicológico se caracteriza pela ação contínua e que não cessa naturalmente. A agressão opta por mecanismos hu

Assédio à maternidade

As mulheres vêm conquistando espaço cada vez maior no mercado de trabalho desde as duas grandes guerras quando tiveram que substituir os homens nas fábricas. Com a evolução das leis trabalhistas houve avanços significativos o que não impediu que elas fossem exploradas ou discriminadas. Não bastasse ter de provar seu valor dia a dia diante do machismo reinante, a ponto de hoje ser o gênero mais bem qualificado deste mercado, e, ainda assim, ganhar menos que os homens, a mulher ainda enfrenta a dupla jornada tendo que cuidar das tarefas da casa e dos filhos em um processo estressante. Dentro deste processo de discriminação desmotivante vemos casos de violência contra as mulheres movidas por assediadores sexuais e morais que cria um quadro alarmante e perverso onde as trabalhadoras são depreciadas e descartadas como peças sem valor em um sistema cruel. Se o assédio moral, por si só, é um tipo de violência covarde, que dirá quando, então, envolve questões como a maternidade.