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A Origem de Tudo

Uma pesquisa descreve como e quando evoluiu o grupo que reúne a maior parte dos mamíferos, incluindo os homens. Esse pequeno animal é o ancestral de todos os mamíferos placentários, das baleias aos seres humanos (Carl Buell) que surgiu após a extinção dos dinossauros

Após uma pesquisa que durou mais de seis anos, cientistas conseguiram reconstruir o animal que seria o ancestral de todos os mamíferos placentários, grupo que reúne mais de 5.100 espécies de mamíferos nas quais os filhotes são nutridos ainda no útero materno, por meio de placenta. Fazem parte desse grupo animais como as baleias, morcegos, ratos, tigres, elefantes e homens — só ficam de fora os mamíferos que botam ovos, como o ornitorrinco, e os marsupiais, como o canguru. Segundo o estudo, todo esse grupo extremamente diverso teria origem em um único animal peludo e pequeno, que não pesava mais de 245 gramas, e se alimentava de insetos. Ao contrário do que apontavam pesquisas anteriores, ele teria surgido depois da extinção dos dinossauros. A pesquisa faz parte de um programa chamado Montando a Árvore da Vida, e foi publicada nesta quinta-feira na revista Science.

Resultado: Os pesquisadores conseguiram traçar uma árvore da vida dos mamíferos placentários. Segundo os dados, o ancestral em comum de todos eles seria um animal  que possuía um cérebro com córtex complexo e uma placenta na qual o sangue materno circulava em contato com as membranas em volta do feto, como nos seres humanos, uma vantagem estratégica vital para a sobrevivência estimulada pela supremacia da era dos dinossauros. Mas, um evento indeterminado como o impacto de um asteróide fez toda a diferença, pois este ancestral de todos os mamíferos estava adaptado para aproveitá-lo.

Se a adaptação é um mecanismo de sobrevivência vital na natureza, imagine então para as organizações! A sociedade humana dentro de um contexto complexo que é o das civilizações vive e existe dentro destas entidades. Do seu nascimento até sua morte o homem é dependente delas. Isto é tão importante que ocupa o interesse dos Estados.

Perceba a importância que a Constituição brasileira dá, logo no seu início, aos mecanismos que permitam sua sociedade se estruturar, deixando claro qual é o norte que seus cidadãos devem ter como diretriz para a construção de sua comunidade. 

Ali, imediatamente somos informados de seus fundamentos, entre outros, o da cidadania,  o da dignidade da pessoa humana e o do valor social do trabalho e livre iniciativa. Elenca como objetivos primordiais a construção de uma sociedade avançada no que diz respeito a valores, quando na sua pretensão, se inspira em modelos de liberdade, justiça e solidariedade. Cita determinados elementos perturbadores como a erradicação da pobreza, desigualdade social e reafirma uma posição de que o bem estar é para todos- o que estabelece o sentido de igualdade.

Estes elementos serão os que nossa sociedade deveria buscar para sua própria edificação. Segundo a hermenêutica Constitucional o que temos em nossa Carta Magna tem um sentido de permanente construção envolvendo todos os atores incluindo os seus cidadãos como parte ativa no processo, sem se restringir às transformações impostas pelo tempo num engessamento  neutralizante.

O mundo globalizado enfrenta desafios cada vez mais complexos de se resolverem. Os sistemas econômicos se interligam e repercutem a cada abalo que ocorre. Isto quer dizer que há uma demanda cada vez maior, e, em intervalos cada vez menores, para que se tome decisões e medidas acertadas.

Nunca antes a eficiência esteve tão em evidência e se fazendo necessária. No entanto, há lugares onde uma espécie de mundo paralelo desafia qualquer lógica organizacional. No Brasil, chamamos tais locais de elefantes brancos-empresas e órgãos públicos que são ineficientes, arcaicos, extremamente burocráticos e que perderam sua razão de ser que é zelar pelo interesse público.

Veja o caso das empresas públicas que tem um caráter de lucro ao mesmo tempo em que estão circunscritas ao regime jurídico administrativo. São possuidoras de prerrogativas e dotadas de força derrogativa, o que não lhes garante poderes ilimitados, pelo contrário, delimitam suas ações em razão de sua missão que é o de atender o bem da sociedade. E é justamente aí que pecam, isto é, desprezam a supremacia do interesse público em relação ao do particular, o que não ocorre sem enormes prejuízos à comunidade. 

E aí destaca-se questões de ordem ético-morais já previstas, tratadas e reguladas, mas que, como já foi dito, são dolosamente ignoradas pelos agentes degenerados que assolam a Administração Pública e que revoltam a população que perde sua fé nas instituições.

Levando em consideração que a ética é necessária em qualquer campo da atividade humana, que entre outras coisas exigirão do indivíduo emitir determinadas capacidades como a alteridade, isto é, a pressuposição de que todo homem é um ser social que interage e interdepende de outros, a liberdade ou autonomia, o comprometimento, noção de justiça social, respeito à diversidade e responsabilidade, ganhará tons de piada entre os licenciosos.

Perceba que são empresas, na concepção exata do termo e, que por isso, o seu pressuposto é que deveriam empregar os recursos que lhe são dispostos eficientemente, ou seja, dentro dos parâmetros dos processos da Administração. E não é só, além disso é uma questão de atender ao Princípio da Eficiência inserido por emenda Constitucional dentro da chamada reforma administrativa que determina uma administração por gestão. No entanto, o que se vê é que nem o mínimo elementar executam, quanto mais o devido.

A ciência da Administração, que modernamente configura-se em princípios muito bem sedimentados, determina que para o básico ser atendido é preciso planejar, organizar, dirigir e controlar. São os pilares elementares de uma ciência que, evidentemente, construiu todo este conhecimento visando determinados fins.

Então, quando se declina do excelente e opta-se pelo pior, o que é de fato que se esconde por trás desta aparente contradição? Muita coisa, muitos interesses, interesses pessoais, etc. Na empresa privada significaria dizer que se escolheu a rota de insolvência, o que seria inimaginável, e na pública...

Por outro lado, o que teria a ver a ciência da Administração com a coisa pública? Isso não é assunto para empresas privadas? Tudo, evidentemente, pois são recursos que devem ser geridos eficientemente para atender os objetivos do Estado que deságua no interesse público, ou no bem estar da sociedade como um todo. De fato, o atual entendimento que envolve uma completa mudança de paradigma, impõe que este modelo se estenda a toda a Administração Pública. 

Recentemente, numa empresa pública conhecida aqui de Santos, os atos de seus gestores revoltaram um grupo de funcionários, por conta de decisões arbitrárias tomadas de forma desproporcional e irrazoável, pra dizer o mínimo. Alguém decidiu, por si só, prejudicar uma categoria invocando um suposto apego à legalidade, quando, no entanto, só a aplica convenientemente, de acordo com determinados interesses, o que, evidentemente, não só é vedado, como demonstra a verdadeira intenção por trás destas atitudes de má fé.

Ora, em seu próprio site esta empresa descreve os princípios da Administração pública como norte de sua conduta, mas não os pratica efetivamente. Ela não segue nada, aliás! Nem princípios de Administração, nem os princípios da Administração (Pública). Vale dizer que dentre todos os interesses elencados nesses princípios, o interesse particular não é contemplado, na verdade ganha status de ilegalidade.

No mesmo lugar, recentemente, se descobriu uma fraude milionária beneficiando alguns funcionários, no entanto, os legalistas de plantão, não levantaram suas bandeiras a pretexto de defender as regras. De fato, esta corja tomou de assalto a coisa pública e a infestou com a sua dissocialidade. Sua horda se alocou estratégicamente em posições privilegiadas e de lá comandam sua camarilha entrincheirados no seu universo criminoso.

São quadrilhas como estas que desencadeiam todo tipo de malefícios à sociedade em geral, desestimulando aqueles que deveriam realizar sua função sem descaracterizá-los ou inibí-los. Por conta de seus ilícitos, associado a um sentimento de impunidade, deflagram perseguições aos seus opositores ou contra os que não coadunam com suas práticas, por sua vez, compram com pratos de sopa os frágeis de caráter, praticam assédio moral descaradamente e se autodenominam intocáveis, enfim, disseminam a fragmentação da organização. 

Ora, se tais condutas destroem uma organização privada o que é que não produz em uma pública? Basta ser brasileiro, de qualquer região de nosso país, para responder esta pergunta. Estamos saturados de sermos sabotados por elementos nocivos que corroem nossa recente democracia.

Quem perde com isso? A sociedade, é lógico. O enriquecimento ilícito de uns causa a desigualdade de muitos. O bando de parasitas solapa todo e qualquer instituto e princípio, violando direitos e causando todo tipo de mal estar. Atente para o fato de que o hospedeiro tem seus nutrientes suprimidos e vai adoecendo aos poucos, se tornando cada vez mais inerte, vulnerável, e, no fim, todo o sistema entra em colapso. O corpo inteiro morre por conta do parasita.

O mais irônico de tudo isto, é ouvir determinados argumentos, exatamente de quem terá seus interesses ameaçados, de que os agentes corruptos não estão prejudicando ninguém, mas apenas se beneficiando. Agora, caso se chegue à conclusão de que não compensa manter empresas como esta, que são verdadeiros estorvos sociais e, se opte pela privatização, então, se concluirá, tardiamente,que se estava errado. O discurso se baseia no fato de que a empresa dá muito lucro é, portanto, pode-se roubar que não a afeta. Pode ser. Por outro lado, se alguém chegar à conclusão de que pode lucrar sozinho, sem ter que compartilhar com tanto gafanhoto? Nestes casos quando se privatiza um elefante branco tudo aquilo que a compunha é descartado, o que é traduzido em demissão em massa. Parece, no fim das contas, que defender parasita não é das melhores opções.

Bem, a não ser que a visão descrita esteja muito afastada dos principais institutos reguladores, ciência, conhecimento racional, me parece que tanto faz se a visão se der pelo prisma da competência (capacidade) ou da visão normativa, pois a conclusão é de que estamos diante de um fenômeno nocivo de ineficiência dos recursos públicos que colocam em cheque tais organizações quanto a validade de suas existências e que não encontrando forças que as neutralizem dilapidam e destroçam os interesses coletivos.

É da análise de toda esta complexa e negativa constatação que se consegue entender que questões como o assédio moral, tema central deste blog, se torna a ponta de um gigantesco icebergue que não acaba com o prejuízo de apenas uma pessoa, mas de todo o corpo social. É uma praga que se dissemina e infecta os vários dispositivos criados pela administração pública para atender o interesses sociais.

A luta contra todo este apodrecimento ético não fica delimitada ou circunscrita a uma única pessoa que é vítima direta de perseguições deflagradas, mas de todos nós que somos afetados direta, ou indiretamente. A inércia promove a ocupação, procriação e resistência destas moléstias sociais. 
Portanto, após concluirmos sobre a nocividade dos sistemas corruptos e corruptores, que assolam empresas e órgãos públicos, fica a pergunta: o que faremos? Ou, ficaremos somente observando calados, aguardando o fim? Com a resposta - a quem de interesse.

Portanto, essa é uma guerra que precisa do engajamento de cada um! É assunto de todos e deve ser enfrentado numa reação em cadeia que comece primeiro em cada consciência e termine em ações de resistência legítimas.

Raniery

raniery.monteiro@gmail.com

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