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O “Qualquer Um” e o “Gestor”


Se há uma área do conhecimento humano que influencia a vida das pessoas é o da Administração. Decorre disso, portanto, que o administrador é a mente por trás de todo este processo e consequentemente exige-se dele a completa competência entre a evolução e transformação de todos os elementos componentes.

A retórica do momento é a de que vivemos um momento de incertezas e instabilidades oriundas dos constantes fluxos de transformações que as economias do mundo enfrentam- o que permite que o medo se instale no imaginário de nossas sociedades em face de um futuro incerto e desconhecido.

E é exatamente em razão disso que os especialistas se ocupam em produzir mais conhecimento com a finalidade de se adaptar às conjunturas intervenientes. Some-se a isso a insaciável demanda pelo consumo oriunda de uma natureza humana que jamais encontra satisfação criando impactos nocivos ao meio ambiente e se terá uma ideia do desafio que homens, sociedades e organizações têm em mãos.

Há quem diga que administrar é uma arte, no entanto, o que se vê é uma escassez de gestores hábeis, talentosos e competentes com uma verdadeira visão holística do ambiente em que suas organizações se situam.

Veja o trecho deste texto acerca da necessidade de se investir em conhecimento:

"Sobrevivência e Mortalidade de Empresas Paulistas”

De acordo com o levantamento Sebrae-SP (2010), de cada cem empresas abertas, 31 não ultrapassaram o primeiro ano de atividade e apenas 40 sobreviveram ao quinto ano. Entre os fatores determinantes da mortalidade dessas empresas, a deficiência na gestão empresarial, que reúne, entre outros aspectos, o controle de finanças, custos e fluxo de caixa, está entre os cinco principais grupos de problemas detectados.

Se a Administração, uma das mais complexas áreas do conhecimento humano,  atualmente é uma ciência, no entanto, não se pode dizer que é algo novo, pois a história registra a sua identificação desde a antiguidade, logo, é possível dizer que é irrazoável aceitar que não se utilize os métodos e conhecimentos comprovados pela experiência permitindo que o amadorismo e o improviso ocupe o espaço consagrado desta ciência

Se a sua área está cheia de desafios e complexidades, pois lida com Produção, Finanças, Pessoal, Marketing, em varias modalidades e especialidades, a ciência administrativa, por outro lado, busca na competência de seus gestores justamente fornecer às organizações os meios pelos quais poderão tomar decisões com o mais apurado grau de índice de acertos, não se descartando, obviamente, os riscos inerentes e as imprevisibilidades decorrentes de uma miríade de fatores intervenientes.

E é isso que o competente gestor procurará fazer, isto é, harmonizar com maestria as inúmeras ferramentas que estará à sua disposição fornecida pela Administração.  Esse é o mínimo que se espera. Mas há quem pense o contrário!

Ora, os aventureiros são pessoas que se admitam portadoras de um otimismo exacerbado capazes de desprezar todo o arcabouço de conhecimentos acumulados em nome de seus “moinhos de ventos”. O problema disso é que geralmente carregam consigo para o vento justamente os recursos escassos pelos quais lhes fora confiado administrar.

O mundo se transforma em ciclos cada vez menores e a velocidades cada vez mais insanas, porém, tais Doms Quixotes acreditam inocentemente serem os portadores de uma sabedoria hermética que ao levantar de suas varinhas de condão criarão realidades fantásticas como aquelas que se encontram no claustro de suas demências.

Já a nova administração fixa a sua residência na operacionalização rápida, de baixo custo e de alta qualidade decorrência de analises mais rigorosas de procedimentos e objetivos cuja tradução não permita a confusão entre eficiência e eficácia.

O tempo urge pelo dinamismo e não pela paralisia dos paradigmas antigos num chamado aos novos e mais eficientes padrões que simultaneamente não se tornem um entrave para a realização de novos objetivos.

O foco da administração está na estratégia, na capacidade em fazer, na argúcia, na capacidade crítica e analítica, na antecipação pelo planejamento, em responder questões básicas do quando, onde e porque fazer; não se confunde, portanto, com a gestão, fase importante nos resultados administrativos, situado na zona tática, próxima dos conflitos e do paradigma.

Então, veja você que algumas questões mais complexas como a do assédio moral- nosso tema central- encontra na incompetência de pessoas que em tantos casos são indicadas para ocupar cargos de gestão (pública ou privada) e degeneram uma série de improbidades e inconsequências que desestabilizam as organizações que se tornam vítimas destes charlatães.

Alguns deles são criaturas folclóricas e narcisistas que adoram os holofotes que se enchem de pompa e que propagam um sem número de feitos e qualificações, mas nada disso reflete de forma positiva entre os seus liderados. Aliás, liderança é força de expressão pra tiranos disfarçados de gestores. Na verdade, eles infectam as organizações causando-lhes prejuízos  ou mesmo levando-as à insolvência.

Diante disso fica claro que gestão não é coisa pra aventureiros, pois o lugar de gente folclórica é no circo e não conduzindo organizações. Então, é quase uma condição matemática que tais criaturas irão disseminar todo tipo de inadequações, entre elas o assédio moral.

Por outro lado, cabe às organizações escolherem com mais critérios seus gestores e não permitir que anomalias as solapem em prol de seus interesses particulares à revelia dos interesses das entidades e, no caso daquelas que são públicas, muito pior já que viola o interesse da coletividade que é a razão de ser de suas existências.

Enfim, na minha visão há dois tipos de pessoas que ocupam o cargo cuja definição se encontra entre a de gestor: o competente e o “coisa” qualquer. É exatamente destes dois tipos que uma organização ou evoluirá ou soçobrará.
Raniery

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