Pular para o conteúdo principal

O Blog


A idéia de criar um Blog surgiu da necessidade de disseminar informações a cerca das questões ligadas à prática de assédio moral que é histórica na empresa em que trabalho.

Como a estratégia dos agressores era a de me isolar, como resposta, nasceu o “Mentes Alertas”, que inicialmente tinha como objetivo atender colegas de trabalho que sempre me procuravam querendo informações sobre o assunto, já que inúmeros deles vêm sofrendo com esse mal.

No começo fiquei meio receoso, pois não estava acostumado a escrever, apesar de conhecer algumas técnicas de redação, mas nada que amenizasse a minha insegurança. Mesmo assim, decidi começar e pesquisei uma matéria que tem tudo a ver com toda essa engrenagem perversa que se desenvolve por trás do fenômeno.

A partir daí me empolguei e postei alguns vídeos e a coisa me pegou de jeito.
Mas, faltava permitir que o leitor tivesse mais contato com aquilo que vai à minha mente, que é o verdadeiro “barato” dos Blogs. Foi então, que tomei coragem e fiz a minha primeira postagem que falava exatamente do momento em que você consegue superar um desafio em sua vida.

Daí por diante, fui evoluindo aos poucos e pegando maior desenvoltura, o que ainda está ocorrendo, evidentemente, já que preciso melhorar alguns pontos que estou procurando corrigir para que, você que me lê, possa ter um nível de informação cada vez melhor.

Como disse, era pra ser uma divulgação local e eu não imaginava que teria tanta repercussão, principalmente em outros países: essa é a web, não é mesmo?

Eu havia me esquecido que assédio moral é um assunto universal e afeta muitas pessoas em todo o mundo. Não é um privilégio de minha empresa ou aqui do Brasil, mas ocorre em todo o planeta onde há o ser humano; principalmente o perverso.

A idéia básica era disponibilizar em um único lugar, vários níveis de informação, principalmente aquela fidedigna, sem deixar de dar minha opinião, que é feita nas postagens e indicações de outros Blogs, ou seja, uma visão geral deste universo.

O mais interessante, foi que ao longo dos meses, a cada postagem, vários colegas e pessoas- que sequer conheço- começaram a se manifestar me dizendo que haviam sido auxiliados de alguma forma pelas informações contidas aqui. Nem é preciso dizer o quanto isso me deixa feliz, pois é uma sensação de dever cumprido, apesar de eu não ganhar nada com isso.

Se o ganho não é monetário, não diria o mesmo do prazer de dificultar a vida de um assediador, nem que seja de forma indireta: isso, não tem preço.

Quando meus agressores passaram a me atacar, seu objetivo era o de seqüestrar minha personalidade e retirar de mim a espontaneidade do meu ser, mas ao invés disso, o que ocorreu foi algo extraordinário, pois decidi transformar aquilo que era ruim em algo bom, numa verdadeira alquimia e transmutação mágickas. Penso que deveriam ter me deixado quieto...

É bem verdade que, na maioria dos casos, é o agressor que leva vantagem sobre a vítima, e, por isso mesmo, decidi, então, realizar este trabalho solitário como uma forma de praticar uma cidadania participativa e solidária.

Foi a forma que encontrei de contribuir na construção de um mundo mais justo e melhor. Coisa de formiguinha mesmo, eu sei.

Se há uma coisa que eu poderia dizer pra alguém que passa por isso é, de alguma maneira, não se deixar isolar achando que está sozinho. Há um sem número de comunidades e grupos de discussão sobre o tema, além de sites, onde pode- se ter contato com alguém que entende o que se passa com uma vítima deste tipo de agressão moral. Se, no primeiro momento isso não resolve o problema, por outro lado há a oportunidade de saber que não se está sozinho nisso e pode trocar experiências com outros, aprendendo alguma coisa.

Ser assessorado por um advogado, contar com os serviços de um psicólogo e, se já estiver com depressão, consultar- se com um médico psiquiatra, com certeza irá ter um peso relevante no processo de superação.

O Mentes Alertas surge como um farol, uma sinalização e não como solução definitiva e infalível, afinal de contas cada caso é um caso, mas dentro de determinadas características que apontam padrões, é provável que as informações contidas aqui possam ser de enorme valor, disso eu não tenho a menor dúvida.

Longe de mim adotar postura de especialista, mas de forma alguma deixarei de defender minhas posições acerca do assunto. Nesse sentido é bem provável que encontre quem discorde de meus pontos de vista, o que é saudável e natural, além de democrático: o mais importante é chamar a atenção para a questão e suscitar a discussão. Daí surgirem inúmeras soluções- muito melhor!

Cada vez que essas informações são replicadas ou discutidas, um assediador tem sua vida dificultada e perde terreno e poder de causar transtorno na vida de outros. Ter tido acesso a idéias e pensamentos sobre o assunto, pra mim foi de uma relevância enorme. E olha que eu havia pesquisado uns três ou quatro sites inicialmente e não tinha a quantidade de material compilado em um único lugar como o que temos aqui.

Se for verdade que cresce o número de casos de assédio moral, também o é da quantidade de informação e de pessoas discutindo o assunto; palestras sendo realizadas por todos os lados, enorme quantidade de material impresso; o que não falta, são meios de lidar com a situação. Bom seria mesmo, nunca ter que passar por isso.

Nenhuma indenização paga o preço de se ver humilhado por um verme humano, apesar de seu conteúdo pedagógico/corretivo e de caráter compensatório. Daí a necessidade de se tomar coragem e provocar a justiça pra intervir na questão. Chegará um momento em que estas ações se tornarão tão custosas que o agressor preferirá nem utilizar- se disso pra satisfazer seu sadismo.

Quero aqui estar profetizando o encerramento deste Blog, deixando- o como mera coisa do passado: isso seria ótimo! Mas, enquanto existir uma mente perversa rastejando por aí, iniciativas como essa serão muito bem vindas para combatê- los e, de forma alguma, a resignação ou o comodismo diante deste tipo de violência, é a melhor postura a ser adotada.

Já me disseram que sou pessimista, aliás, várias pessoas, mas é justamente porque acredito em um mundo melhor que persistentemente luto contra aqueles que se levantam contra os homens e mulheres de bem.

 A cada pessoa, a divindade propõe uma tarefa; a minha foi a mais dura e não tão bela, mas, uma coisa você pode ter certeza, nada me dá mais prazer que derrotar um perverso.

Portanto, neste primeiro ano, quero fazer um brinde a cada pessoa destemida deste planeta que se levanta pra ocupar seu espaço que é de direito e que tem “fome e sede de justiça.” Você pode ser a diferença aí em seu universo.

Há uma força extraordinária dentro do teu espírito, uma centelha divina que, uma vez acesa, ateará a chama de um poder chamado AMOR: isso, só os bons têm.

O meu grande abraço.

Fique na proteção dos guardiões.





Raniery
raniery.monteiro@gmail.com

Comentários

  1. Tenho vontade de lhe dar um abraço!
    Acho que nas reações vc deveria colocar 'entusiasmado'. Pois é assim que me sinto.
    Quero que as pessoas sintam o mesmo quando leem os meus posts.
    As nossas esperaças precisam ser renovadas a cada dia.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pela iniciativa, pelo trabalho, pelas análises e nem pense em desanimar, continue firme no blog.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Eu, eu mesmo e...somente eu!

Nada é mais difícil de lidar que uma pessoa narcisista . Elas se acham a última azeitona da empada e acreditam que as pessoas existem para lhes servir.  Se arrogância pouca é bobagem, imagine, então, um ambiente que lhe proporcione manifestar a totalidade de sua megalomania. No filme de animação, Madagascar, há dois personagens que traduzem perfeitamente o estereótipo do narcisista: o lêmure, rei Julian e Makunga o leão ambicioso e ávido pelo poder. O rei dos lêmures, Julian, se ama e se adora e acredita firmemente que tudo acontece em sua função. Com uma necessidade incomum de ser admirado faz de tudo para aparecer e chamar a atenção. Já o leão Makunga encarna o tipo de vilão asqueroso, dissimulado e traiçoeiro que sempre está planejando algo pra puxar o tapete do leão alfa. Nas relações onde o assédio moral é forma de interagir, tais figuras estereotipadas e sem noção aparecem por trás de atos inacreditáveis de egocentrismo crônico.  Não podem ser contraria

Help Me Dr!

Viver é um processo de interação contínua e de exploração da realidade que está diante de nós. Sendo assim, aquilo que se apresenta e aparece diante de nossos olhos como real, nem sempre é de óbvia interpretação, encobrindo contextos mais complexos do que imaginaríamos, principalmente sob a superfície. Tampouco, significa isso dizer que não possamos identificar os elementos subjacentes de tal fenômeno. Que o assédio moral é um tipo de abuso tão antigo quanto o homem, não se discute, no entanto, nem sempre sua identificação (em termos de fatores) é tão simples, daí porque se dizer que é subjetivo. Inúmeras teorias dos especialistas emergem a cada momento e me permito levantar as minhas hipóteses, muito menos pra estabelecer um grau de informação científica, muito mais para suscitar em você a discussão sobre o tema. Pra fazer isso gostaria de utilizar os recursos da ficção científica para criarmos um contexto que nos possibilite explorar as inúmeras possibilidades que o fenô

Ninguém chuta cachorro morto

A expressão significa que as pessoas não atacam quem não tem valor, é insignificante, medíocre, mas alguém que possui características ou qualidades que incomodam e por isso as ameaça, daí porque utilizarem deste recurso numa tentativa de a diminuírem de alguma forma ao mesmo tempo em que se projetam. É da natureza de determinadas pessoas, que por uma inadequação interna, sentirem-se inferiores a outras, não pela suposta superioridade destas, mas pelo seu desajuste psicológico. Por isso, para alcançar o equilíbrio de seus centros emocionais praticam uma espécie de projeção imputando ao alvo de sua fúria seus próprios fantasmas internos. Este recalque as leva, então, a inventar boatos, viver em mexericos pelos cantos, disseminar a intriga e semear a discórdia contra a pessoa que vêm como sua competidora natural. E como se sabe que o problema é do desajustado? Simples: percebendo que a cada momento se elege um novo candidato ao posto de alvo. Sempre alguém não prestará ou será