Pular para o conteúdo principal

Mundos paralelos


 Em 1954, Hugh Everett III, um jovem candidato ao doutorado da Universidade de Princeton, apareceu com uma idéia radical: a existência de universos paralelos, exatamente como o nosso.

Esses universos estariam todos relacionados ao nosso. Na verdade, eles derivariam do nosso, que, por sua vez, seria derivado de outros. Nesses universos paralelos, nossas guerras surtiriam outros efeitos dos conhecidos por nós. Espécies já extintas no nosso universo se desenvolveriam e se adaptariam em outros e nós, humanos, poderíamos estar extintos nesses outros lugares. 

Quando juntamos ciência e ficção podemos explorar inúmeras possibilidades que jamais pensaríamos ou acharíamos impossível na vida cotidiana. Nestas teorias e roteiros praticamente tudo é possível.  Poderíamos até corrigir erros que cometemos no passado e que apesar de nos arrependermos não conseguimos mais controlar os efeitos das consequências- talvez esteja aí o segredo que faz com que mudemos nossos comportamentos. 

No filme de ficção científica "Contra o tempo" o capitão Stevens acorda e se vê na pele de um homem que ele não conhece, descobre que está fazendo parte de um experimento criado pelo governo americano chamado de Código Fonte. O programa possibilita que Stevens assuma a identidade de um outro homem em seus últimos 8 minutos de vida. Agora sua missão é encontrar os responsáveis por um atentado que deixou milhares de vítimas. Para que haja uma mudança de comportamento é preciso saber como e porquê nos comportamos de maneira geral. 

O comportamento motivacional, segundo Maslow, é explicado pelas necessidades humanas. Como motivação, entende-se o resultado dos estímulos que impulsionam os indivíduos, levando-os a agir com algum propósito. Sempre se faz necessário que algum estimulo seja implantado para haver uma ação, podendo ser decorrente de estimulo externo ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria nos dá idéia de um Ciclo Motivacional. Na teoria da motivação de Maslow, as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência, representadas numa pirâmide, tendo na base as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto realização). 

Segundo a teoria Behaviorista determinados comportamentos se estabelecem se reforçados imediatamente após manifestados. Estes reforços podem ser negativos ou positivos conforme se queira internalizá- los ou eliminá- los. Há outros fatores que influenciam a manifestação dos comportamentos como o meio ambiente e condições biofísicas de cada organismo.  Entre esses inúmeros fatores está o social já que somos criaturas gregárias que necessitam viver em comunidade. 

Curiosamente há em nossa espécie aqueles que não conseguem se adaptar e há um sem números de teorias e estudos pra responder as razões disto. São anomalias e imperfeições na formação e desenvolvimento cerebral, abuso infantil, possessão demoníaca, dor de barriga, não importa. Há resposta pra tudo e justificativa também. Sabe- se que estas pessoas não mudam de comportamento e outras são caso perdido. O grande problema disto tudo é que eu e você, ora ou outra acabamos esbarrando com eles em nossas vidas. Estou falando de gente sem escrúpulos, remorso, piedade ou compaixão. No universo (deles) só eles existem e nós somos apenas objetos pra lhes servir. Você pode orar, rezar ou fazer macumba, mas eles não vão se corrigir. 

Num mundo paralelo ou em outra vida talvez eles sejam diferentes, mas só tem um problema: convivemos com eles nesta vida. Não possuímos a tecnologia "Código fonte" para fazer um dowload no celular e mudar a realidade voltando no tempo. Sendo assim, o que fazer então? Conforme o comentário feito na postagem "Abaixo o monopólio do mal" feito pelo blog amigo "Assediados", só quem passou pela humilhação e dor nas mãos de um anormal pra saber o que é isso. 

Uma coisa eu sei: se vamos ao zoológico os animais selvagens estarão presos pra que não ataquem as pessoas pelo simples fato de serem predadores natos ou extremamente mais fortes que nós, ou seja, são perigosos pra nós. E isso, porque não há culpa alguma deles serem assim, pois é da sua natureza.

Da mesma forma se um cidadão possui alguma anomalia que o torna perigoso à sociedade ele deve ser coibido de alguma forma dentro do que possuímos hoje como mecanismo de controle social. Não estou falando aqui de antigas teorias que transformava o crime em doença e as leis em espécie de profilaxia. 

Fato é que precisamos proteger aquilo que nos é importante, incluindo aí nossas vidas em todos os seus níveis e áreas. Nos casos de assédio moral, tema central deste blog, entendo que as empresas deveriam criar programas preventivos de combate a esta violência e ser mais rigorosas na contratação de seus profissionais pra pelo menos dificultar o acesso àqueles cujo comportamento padrão se estrutura por uma conduta perversa. 

Isso em empresas cujo modelo é o de eficiência, mas enquanto aquelas que se esclerosaram com o tempo, como algumas da administração indireta, por exemplo, penso que órgãos reguladores e fiscalizadores deveriam impor um programa rígido de moralização e dedetizar  de seus quadros as infestações destas pragas públicas. 

De qualquer forma vale a pena estar antenado com o que acontece no mundo e conhecer como funciona estas estruturas perversas. Infelizmente nós só passamos a dar atenção quando somos pegos de surpresa e a primeira coisa que vem em nossas mentes é a lembrança de que se fosse possível voltaríamos no tempo pra mudar tudo o que houve.

Eu gostaria de ter feito o mesmo, mas tive que entrar em um outro mundo: o da resiliência e pude sair mais forte do que quando  tudo começou nestes sete anos e pouco.

O interessante é que assim como em diversas realidades o mundo do assédio moral está cada vez mais em estado de transformação e sua realidade está mudando, pois a vida já não é mais a mesma pra alguns agressores que estão tendo que ver sua perversidade questionada nos bancos dos fóruns trabalhistas ou do Ministério Público do Trabalho. 


Raniery
raniery.monteiro@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu, eu mesmo e...somente eu!

Nada é mais difícil de lidar que uma pessoa narcisista . Elas se acham a última azeitona da empada e acreditam que as pessoas existem para lhes servir.  Se arrogância pouca é bobagem, imagine, então, um ambiente que lhe proporcione manifestar a totalidade de sua megalomania. No filme de animação, Madagascar, há dois personagens que traduzem perfeitamente o estereótipo do narcisista: o lêmure, rei Julian e Makunga o leão ambicioso e ávido pelo poder. O rei dos lêmures, Julian, se ama e se adora e acredita firmemente que tudo acontece em sua função. Com uma necessidade incomum de ser admirado faz de tudo para aparecer e chamar a atenção. Já o leão Makunga encarna o tipo de vilão asqueroso, dissimulado e traiçoeiro que sempre está planejando algo pra puxar o tapete do leão alfa. Nas relações onde o assédio moral é forma de interagir, tais figuras estereotipadas e sem noção aparecem por trás de atos inacreditáveis de egocentrismo crônico.  Não podem ser contraria

Help Me Dr!

Viver é um processo de interação contínua e de exploração da realidade que está diante de nós. Sendo assim, aquilo que se apresenta e aparece diante de nossos olhos como real, nem sempre é de óbvia interpretação, encobrindo contextos mais complexos do que imaginaríamos, principalmente sob a superfície. Tampouco, significa isso dizer que não possamos identificar os elementos subjacentes de tal fenômeno. Que o assédio moral é um tipo de abuso tão antigo quanto o homem, não se discute, no entanto, nem sempre sua identificação (em termos de fatores) é tão simples, daí porque se dizer que é subjetivo. Inúmeras teorias dos especialistas emergem a cada momento e me permito levantar as minhas hipóteses, muito menos pra estabelecer um grau de informação científica, muito mais para suscitar em você a discussão sobre o tema. Pra fazer isso gostaria de utilizar os recursos da ficção científica para criarmos um contexto que nos possibilite explorar as inúmeras possibilidades que o fenô

Ninguém chuta cachorro morto

A expressão significa que as pessoas não atacam quem não tem valor, é insignificante, medíocre, mas alguém que possui características ou qualidades que incomodam e por isso as ameaça, daí porque utilizarem deste recurso numa tentativa de a diminuírem de alguma forma ao mesmo tempo em que se projetam. É da natureza de determinadas pessoas, que por uma inadequação interna, sentirem-se inferiores a outras, não pela suposta superioridade destas, mas pelo seu desajuste psicológico. Por isso, para alcançar o equilíbrio de seus centros emocionais praticam uma espécie de projeção imputando ao alvo de sua fúria seus próprios fantasmas internos. Este recalque as leva, então, a inventar boatos, viver em mexericos pelos cantos, disseminar a intriga e semear a discórdia contra a pessoa que vêm como sua competidora natural. E como se sabe que o problema é do desajustado? Simples: percebendo que a cada momento se elege um novo candidato ao posto de alvo. Sempre alguém não prestará ou será