Pular para o conteúdo principal

A face da covardia


Na madrugada do dia 20 de abril de 1997, Galdino, 44 anos, dormia sob um abrigo de usuários de ônibus, em Brasília – DF, quando foi alvo de um dos crimes mais bárbaros e torpes de que se tem notícia na capital federal e no País.


Por volta das 05:00 hs da manhã, acordou completamente em chamas. Socorrido por jovens condutores e passageiros de veículos que por sorte transitavam pelo local, e que com muito custo conseguiram apagar o fogo que lhe ardia em todo o corpo, Galdino deu entrada agonizante mas ainda consciente no Hospital Regional. Completamente cego devido às queimaduras nas córneas, conseguiu se identificar para a equipe médica e indicar a localização de seus companheiros. Antes de entrar em coma, perguntou repetidas vezes: “POR QUE FIZERAM ISSO COMIGO?” Galdino achava que havia sido atingido por um coquetel molotov.

Para todos, choque maior veio poucas horas depois, com a descoberta feita pela polícia: o fogo havia sido ateado às suas vestes por um grupo de cinco rapazes de classe média alta, entre 17 e 19 anos, a título de BRINCADEIRA! Dias depois, o menor Gutemberg participante do atentado, confessava: o grupo fizera uso de dois litros de álcool combustível, comprados cerca de duas horas antes do crime, especificamente para efetuar a "brincadeira".

Já virou rotina, todos os dias assistimos notícias na TV de covardia explícita cometida 

por pessoas que não possuem estereótipo de violentas, e isso não é de hoje.

São inúmeros casos como o do índio Pataxó, o da universitária Suzane Von Richthofen, na época com23 anos, que com a ajuda de seu namorado matou  O engenheiro Manfred Von Richthofen e sua mulher, a psiquiatra Marísia, a pauladas enquanto dormiam em sua mansão em São Paulo, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá que foram condenados pela morte de Isabella Nardoni de 5 anos, entre tantos.



Vivemos em uma sociedade que se tornou permissiva, que apóia comportamentos machistas e os incentiva, que tolera violência contra mulheres, idosos e crianças, que acha normal crimes como corrupção, fraudes etc.

Tudo tem um preço e uma hora isso pode se voltar contra nós se, em nossa inércia, não reagirmos imediatamente.

Atitudes simples podem começar dentro de nossos lares, como por exemplo, não passar a mão na cabeça de nossos filhos diante de comportamentos inadequados para que tenham referenciais do certo e do errado. Quem ama educa e disciplina. Podemos também criar ambientes sadios onde irmãos e irmãs são tratados de forma igual e com respeito, e não como algumas mães insistem em fazer exigindo comportamentos submissos das meninas e criando verdadeiros parasitas nos meninos, onde sequer são capazes de colocar um mero prato de comida para se alimentarem, muitas vezes marmanjos de mais de trinta anos.

Nossa sociedade precisa urgentemente mudar seus paradigmas
senão continuaremos a presenciar espetáculos bizarros como estes.

Raniery


“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.


Albert Einstein


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eu, eu mesmo e...somente eu!

Nada é mais difícil de lidar que uma pessoa narcisista . Elas se acham a última azeitona da empada e acreditam que as pessoas existem para lhes servir.  Se arrogância pouca é bobagem, imagine, então, um ambiente que lhe proporcione manifestar a totalidade de sua megalomania. No filme de animação, Madagascar, há dois personagens que traduzem perfeitamente o estereótipo do narcisista: o lêmure, rei Julian e Makunga o leão ambicioso e ávido pelo poder. O rei dos lêmures, Julian, se ama e se adora e acredita firmemente que tudo acontece em sua função. Com uma necessidade incomum de ser admirado faz de tudo para aparecer e chamar a atenção. Já o leão Makunga encarna o tipo de vilão asqueroso, dissimulado e traiçoeiro que sempre está planejando algo pra puxar o tapete do leão alfa. Nas relações onde o assédio moral é forma de interagir, tais figuras estereotipadas e sem noção aparecem por trás de atos inacreditáveis de egocentrismo crônico.  Não podem ser contraria

Help Me Dr!

Viver é um processo de interação contínua e de exploração da realidade que está diante de nós. Sendo assim, aquilo que se apresenta e aparece diante de nossos olhos como real, nem sempre é de óbvia interpretação, encobrindo contextos mais complexos do que imaginaríamos, principalmente sob a superfície. Tampouco, significa isso dizer que não possamos identificar os elementos subjacentes de tal fenômeno. Que o assédio moral é um tipo de abuso tão antigo quanto o homem, não se discute, no entanto, nem sempre sua identificação (em termos de fatores) é tão simples, daí porque se dizer que é subjetivo. Inúmeras teorias dos especialistas emergem a cada momento e me permito levantar as minhas hipóteses, muito menos pra estabelecer um grau de informação científica, muito mais para suscitar em você a discussão sobre o tema. Pra fazer isso gostaria de utilizar os recursos da ficção científica para criarmos um contexto que nos possibilite explorar as inúmeras possibilidades que o fenô

Ninguém chuta cachorro morto

A expressão significa que as pessoas não atacam quem não tem valor, é insignificante, medíocre, mas alguém que possui características ou qualidades que incomodam e por isso as ameaça, daí porque utilizarem deste recurso numa tentativa de a diminuírem de alguma forma ao mesmo tempo em que se projetam. É da natureza de determinadas pessoas, que por uma inadequação interna, sentirem-se inferiores a outras, não pela suposta superioridade destas, mas pelo seu desajuste psicológico. Por isso, para alcançar o equilíbrio de seus centros emocionais praticam uma espécie de projeção imputando ao alvo de sua fúria seus próprios fantasmas internos. Este recalque as leva, então, a inventar boatos, viver em mexericos pelos cantos, disseminar a intriga e semear a discórdia contra a pessoa que vêm como sua competidora natural. E como se sabe que o problema é do desajustado? Simples: percebendo que a cada momento se elege um novo candidato ao posto de alvo. Sempre alguém não prestará ou será