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A perseguição aos cavaleiros templários



Criada em 1118, na cidade de Jerusalém com sua tomada na primeira cruzada, a Ordem dos Cavaleiros Templários tornou-se uma corporação de enorme poder político, militar e econômico por conta de inúmeras doações de terras na Europa que os tornaram influentes por todo o continente.

Com o surgimento de um reino cristão, nove cavaleiros templários pediram autorização para permanecer na cidade e proteger os peregrinos que para lá se dirigiam. Eles fizeram voto de pobreza e de castidade. O seu símbolo passou a ser o de um cavalo montado por dois cavaleiros, daí o nome da Ordem: Os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, ou Cavaleiros Templários.

Acredita-se que eles se dedicaram a escavações feitas em sua sede onde encontraram documentos e tesouros que os tornaram poderosos. Convém ressaltar que o Templo de Salomão era o local mais santo dos Judeus e também riquíssimo.

Graças ao empenho deles na defesa dos cristãos e à coragem demonstrada em inúmeras batalhas, os locais que guardavam tornaram-se locais extremamente seguros. Tal era a confiança que despertavam que não tardou para que suas instalações se transformassem em estabelecimentos bancários, ainda que informais, fazendo deles entre os séculos XII e XIII, os principais fornecedores de crédito a quem os poderosos da época recorriam.

Guerreiros ferozes e depositários de imensas fortunas foram alvos da cobiça do Rei Felipe IV, o Belo, da França, profundamente endividado com a Ordem e temeroso de seu poderio em consequência das incessantes guerras que movia contra os reinos vizinhos, resolveu apoderar-se de seus bens. Começou a pressionar o papa Clemente V a tomar medidas contra eles.

Muitos dos membros da Ordem na França foram detidos e queimados em estacas. Acusados de heresia e de pederastia perante a inquisição, os Templários foram denunciados por possuírem um esoterismo particular, sendo caluniados, espoliados e martirizados, retiraram-se para a Escócia, Inglaterra e Portugal, onde se juntaram à Maçonaria. Na noite do dia 12 para 13 de outubro (sexta-feira) de 1307, as suas instalações, por todas as partes do reino, viram-se invadidas pelos oficiais de Filipe IV.


Num processo forjado, nos quais os procedimentos inquisitoriais foram aplicados com a máxima crueldade possível, acusaram-nos de serem adoradores pagãos do diabólico Baphomet, de cuspirem na cruz, de negarem os sacramentos e de se entregarem a licenças sexuais uns com os outros. Arrancaram-lhes as confissões por meio de terríveis torturas e outros tormentos, quando, em meio a urros de dor, com as carnes dilaceradas e queimadas pelo largo uso que os inquisidores fizeram do strappado e do braseiro, concordaram em dizer aos seus torturadores o que queriam ouvir.

Perceba você, que foi a cobiça, o poder, a ganância e o medo em relação aos templários que deram início a uma das perseguições e destruições mais famosas da história. O sanguinário rei envolvido em suas guerras santas toma dinheiro emprestado dos cavaleiros, que até aquele momento eram úteis. Vendo que estava praticamente falido, caso tivesse que devolver o valor, teve uma idéia: tirar de seu caminho aqueles que lhe serviram. Para isso seria preciso criar uma acusação que tivesse peso conforme com a cultura da época, e, sendo assim, encabeçou uma campanha de destruição moral sem precedentes que culminou com a organização, da noite para o dia. Mas, como destruí-los e ainda assim ter respaldo da justiça da época? Simples- forjar uma série de acusações e contar com a cumplicidade do Papa.

Imagine-se no lugar deles. Ser acusado de um crime qualquer; forjando acusações sem a devida apuração (devido processo legal); debaixo de tortura para induzi-lo a confessar o que não cometeu; sem direito a ampla defesa e ao contraditório; tudo, em um julgamento armado. Ser condenado e sentenciado à morte com o respaldo da lei, de forma juridicamente perfeita, tudo “no papel”!

Será que essas práticas medievais ocorrem ainda hoje em nossos
dias?

Eu posso lhe afirmar que sim! A herança do mal atravessa gerações e tais práticas covardes ainda encontram-se vivas e contextualizadas em nossos dias.

Mas, não é preciso chegar ao ponto em que os templários chegaram, pois hoje existem meios de desmascarar as manobras e os ardis que este tipo de imundície humana arma nos bastidores fétidos de seus escritórios. Para isso, basta que você se esforce em conhecer, ainda que minimamente, seus direitos e deveres e de preferência sob a consultoria de um profissional do Direito qualificado.

Se for funcionário ou empregado público como eu e, se ver envolvido em algum inquérito armado, jamais vá sozinho e leve consigo seu advogado. Nunca confesse nada, já que ninguém é obrigado a gerar prova contra si. Não caia nas armadilhas e induções de mal intencionados que muitas vezes são bandidos travestidos de funcionários/ empregados públicos.

Resista a toda forma de arbítrio e abuso de poder. Use seu direito de resistir. Pense no lema dos templários- dos verdadeiros templários: “Liberdade, igualdade e fraternidade”. Ainda mais que os templários de hoje não são mais como aqueles e se afastaram dos ideais e princípios que juraram defender para se sujarem e se enlamearem com toda sorte de situações réprobas em nome do poder. Pelo menos onde trabalho é o que fazem.
Raniery

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